São Paulo, quinta-feira, 15 de novembro de 2007

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Arlindo Cruz, 500 músicas gravadas, lança CD próprio

Destaque em disco de Maria Rita, compositor quer ser reconhecido como intérprete

"Sambista Perfeito" tem participações da cantora, de Zeca Pagodinho e de D2, responsáveis por tornar Cruz mais conhecido

LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO

Arlindo Cruz ultrapassou neste ano a marca das 500 músicas gravadas. Poucos compositores brasileiros estão nesse time. Mas ele quer também ser reconhecido como cantor -ou intérprete: "Cantor é muito grande para mim". Sua arma para realizar o desejo se chama "Sambista Perfeito".
O CD chega pouco depois de Maria Rita lançar um disco com seis músicas de Cruz. Entre elas, "Tá Perdoado", que vem tocando nas rádios, e "O que É o Amor", a única das seis que o carioca gravou em seu disco -em duo com Maria Rita.
"Quando o Zeca [Pagodinho] me chamou para cantar no primeiro "Acústico" dele [de 2003], deu visibilidade maior ao Arlindo Cruz, porque pouca gente olha aquelas letrinhas com os nomes dos compositores [nos encartes]. A visibilidade aumentou por causa da amizade com o Marcelo D2 e, agora, com o CD da Maria Rita, que vende bem e é rotulada como MPB", diz Cruz, 49, que às vezes fala de si na terceira pessoa.
Zeca e D2 participam do CD, assim como as velhas-guardas da Portela e do Império Serrano, Xande de Pilares, do Revelação, e Sereno, do Fundo de Quintal. Produzido por Leandro Sapucahy, o disco tem um cuidado que faltava a "Pagode do Arlindo", CD/DVD ao vivo, o último trabalho do artista.
"Fui a três gravadoras, e queriam um DVD com sucessos. E eu compondo coisas novas, com a voz boa... Daí gravei sete músicas e mostrei a idéia", conta Cruz, que acertou com a Deckdisc o disco de 14 inéditas, no qual estréia seu filho Arlindinho Neto, 15, no banjo. "Falei: "Guarda este CD, em que você toca o instrumento que seu pai ajudou a popularizar"."
Cruz aprendeu a tocar cavaquinho com o pai, policial civil e sambista portelense, e mudou para o banjo na virada dos anos 70 para os 80, quando freqüentava pagodes no Rio com Zeca. Integrou o Fundo de Quintal, fez dupla com Sombrinha e se destacou como co-autor de "SPC", "Casal Sem-Vergonha", "O Show Tem que Continuar" e outros grandes sambas. Fez ainda músicas melosas para Belo, Soweto e Exaltasamba.
"Antes, não gostava de fazer românticas. Minha mãe reclamava: "Você não fala de amor". Quando casei, essa veia despertou", diz ele, que nega ter um "escritório" para compor para escolas de samba, como se diz no meio -ganhou a disputa na Grande Rio para 2008.


SAMBISTA PERFEITO
Artista:
Arlindo Cruz
Gravadora: Deckdisc
Quanto: R$ 20, em média


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