São Paulo, sexta-feira, 15 de dezembro de 2000

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MUNDO GOURMET

Le Bistro Cocagne é um convincente falso bistrô


JOSIMAR MELO
COLUNISTA DA FOLHA



A gora em nova fase, com o endereço recém-inaugurado nos Jardins, o Le Bistro Cocagne mantém sua principal característica: a de ser um convincente falso bistrô. Não se entenda "falso" como um desmérito. É que ele não tem donos nem cozinheiros franceses, é novo; mas recende uma atmosfera que evoca os velhos bistrôs.
No novo endereço, a ambientação é mais ampla, um pouco mais confortável que na sua primeira sede. Mas a anterior, embora parecesse mais improvisada entre as paredes da antiga residência adaptada, era mais aconchegante, parecia mais autêntica, mais antiga.
Mas tampouco era ali o restaurante, havia sido inaugurado em 96. Um nada em relação aos bistrôs tradicionais da França, e mesmo de São Paulo (La Casserole, Freddy, Marcel já têm décadas de história).
É bem verdade que por trás do Bistro Cocagne há uma casa bem mais antiga, o La Cocagne, que desde 1974 funciona no Itaim, mas nasceu no centro da cidade nos anos 60. Ambas têm os mesmos proprietários, José Oliveira, 54 anos, seu filho Eduardo, de 32, Carlos Fanucci, 68, e José Pereira dos Santos, o alagoano de 55 anos que chefia a cozinha.
Pereira começou no Cocagne em 1966. Saiu por um tempo, participou da abertura do La Bourgogne e voltou em 92 como sócio. Ele supervisiona também a cozinha da casa mais jovem, onde oferece pratos bem típicos de bistrô.
Com a mudança de endereço, entraram algumas novidades, algumas radicais, como a lasanha de carne-de-sol, abóbora, couve e suco de milho, bem interessante, e o peito de pato assado com molho de jabuticaba. Outros pratos se mantêm, na média, bem competentes: escargots de Bourgogne, filé de cordeiro com ervas, confit de pato com pimenta-verde (a ave não tão macia, acompanhada por um molho bem suave). Para um bistrô que não o é, até que convence.


Cotação: $$$°Avaliação:  

Restaurante: Le Bistro Cocagne (r. Padre João Manoel, 1.253, Jardins, tel. 0/xx/11/3885-6453)
Horário: de ter. a qui., das 12h às 15h e das 19h à 1h; sex., das 12h às 15h e das 19h à 1h30; sáb., das 12h às 17h e das 19h à 1h30; dom., das 12h às 17h
Ambiente: confortável, mas menos típico que o anterior
Serviço: profissional
Cozinha: tradicional, de bistrô, competente
Quanto: entradas, de R$ 8,50 a R$ 19; pratos principais, de R$ 18,50 a R$ 41; sobremesas, de R$ 5,50 a R$ 14

$ (até R$ 22); $$ (de R$ 22,01 a R$ 42); $$$ (de R$ 42,01 a R$ 62); $$$$ (acima de R$ 62).
Avaliação: excelente    ; ótimo   ; bom  ; regular (sem estrela); ruim  


NOVIDADE

Doce exótico é preciosidade da Casa Europa
Em seu novo cardápio, a Casa Europa (al. Gabriel Monteiro da Silva, 726, Jardim Paulistano, tel. 0/xx/11/3081-6688) adere ao bufê do almoço, introduz alguns pratos novos (como agnolotti de presunto cru, mussarela de búfala e molho de ervas; e salmão grelhado com molho de alcaparra, creme de leite e limão, servido com crepes de espinafre) e esconde no balcão do bar, discretamente pousado, sua melhor novidade: o doce de fundo de alcachofra, feito em compota, uma preciosidade da proprietária, Maria Montanarini, que agora pode ser levada para casa e consumida o ano inteiro.


Texto Anterior: Para encomendar e comemorar em casa
Próximo Texto: Restaurantes prezam cardápios tradicionais
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.