São Paulo, sábado, 15 de dezembro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ERUDITO

Músico foi escolhido em concurso do governo do Pará entre 21 candidatos

Mehmari homenageia Mário Covas

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

André Mehmari, 24, é um nome que circula entre os que gostam de música erudita escrita com qualidade. Já fez arranjos para a Osesp (Sinfônica do Estado), recebeu encomendas da Sinfônica de Porto Alegre, Jazz Sinfônica, Banda Sinfônica do Estado e Experimental de Repertório.
Recebeu em 1998 o Prêmio Visa de música instrumental brasileira. Acaba agora, entre 21 candidatos, de se classificar em primeiro lugar em concurso do governo do Pará para a criação de peça sinfônica em homenagem ao ex-governador Mário Covas (1930-2001).
Faziam parte do júri do concurso Amaral Vieira, presidente da Sociedade Brasileira de Música Contemporânea, Edino Krieger, presidente da Academia Brasileira de Música, e o maestro e compositor Júlio Medaglia.
Mehmari nasceu em Niterói e cresceu em Ribeirão Preto. Sua mãe, pianista, despertou sua vocação. Foi bem mais a partir dos discos e bem menos da leitura de partituras que ele se pôs a tocar.
Aos oito anos, ingressou no conservatório para estudar órgão. "Era o instrumento que servia para tudo, sobretudo boleros para dançar", diz. Foi para o piano e daí para o jazz. Aos 13, já tocava jazz profissionalmente. Aos 16, lecionava música. Ser músico é até agora sua profissão. Ele compõe para uma produtora de publicidade. Aos 17, ainda em Ribeirão, realizou concerto com peças suas no Festival Internacional de Música Nova. E, aos 18, ingressou no Departamento de Música da USP.
Considera-se autodidata em composição e orquestração. Sente-se à vontade com peças do barroco. Gosta do compositor inglês Henry Purcell. Acha que o século 20 tem como grande referência Igor Stravinski. Não sente afinidades pelo atonalismo ou pelo minimalismo. Mesmo Pierre Boulez é apreciado por Mehmari bem mais como regente e intérprete.
Solteiro, morando sozinho em São Paulo, ele diz ter por hobby a literatura e a fotografia. A música é bem mais que isso. Já gravou dois CDs.
Sua "Sinfonia Elegíaca Mário Covas in Memorian" tem um tema principal presente em seus cinco movimentos. Utiliza em profusão metais e, no início do quinto movimento, introduz, processados por sintetizador, sons de multidão.



Texto Anterior: Construtor da "Casa" ganha biografia
Próximo Texto: Artes plásticas: Brasil em série
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.