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ERUDITO
Músico foi escolhido em concurso do governo do Pará entre 21 candidatos
Mehmari homenageia Mário Covas
JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL
André Mehmari, 24, é um nome
que circula entre os que gostam
de música erudita escrita com
qualidade. Já fez arranjos para a
Osesp (Sinfônica do Estado), recebeu encomendas da Sinfônica
de Porto Alegre, Jazz Sinfônica,
Banda Sinfônica do Estado e Experimental de Repertório.
Recebeu em 1998 o Prêmio Visa
de música instrumental brasileira. Acaba agora, entre 21 candidatos, de se classificar em primeiro
lugar em concurso do governo do
Pará para a criação de peça sinfônica em homenagem ao ex-governador Mário Covas (1930-2001).
Faziam parte do júri do concurso Amaral Vieira, presidente da
Sociedade Brasileira de Música
Contemporânea, Edino Krieger,
presidente da Academia Brasileira de Música, e o maestro e compositor Júlio Medaglia.
Mehmari nasceu em Niterói e
cresceu em Ribeirão Preto. Sua
mãe, pianista, despertou sua vocação. Foi bem mais a partir dos
discos e bem menos da leitura de
partituras que ele se pôs a tocar.
Aos oito anos, ingressou no
conservatório para estudar órgão.
"Era o instrumento que servia para tudo, sobretudo boleros para
dançar", diz. Foi para o piano e
daí para o jazz. Aos 13, já tocava
jazz profissionalmente. Aos 16, lecionava música. Ser músico é até
agora sua profissão. Ele compõe
para uma produtora de publicidade. Aos 17, ainda em Ribeirão,
realizou concerto com peças suas
no Festival Internacional de Música Nova. E, aos 18, ingressou no
Departamento de Música da USP.
Considera-se autodidata em
composição e orquestração. Sente-se à vontade com peças do barroco. Gosta do compositor inglês
Henry Purcell. Acha que o século
20 tem como grande referência
Igor Stravinski. Não sente afinidades pelo atonalismo ou pelo minimalismo. Mesmo Pierre Boulez é
apreciado por Mehmari bem
mais como regente e intérprete.
Solteiro, morando sozinho em
São Paulo, ele diz ter por hobby a
literatura e a fotografia. A música
é bem mais que isso. Já gravou
dois CDs.
Sua "Sinfonia Elegíaca Mário
Covas in Memorian" tem um tema principal presente em seus
cinco movimentos. Utiliza em
profusão metais e, no início do
quinto movimento, introduz,
processados por sintetizador,
sons de multidão.
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