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Coração partido marcou a vida do abolicionista
DA REPORTAGEM LOCAL
Joaquim Nabuco carregou ao
longo da vida a frustração por
um caso de amor fracassado.
A moça com quem mais se
sentiu envolvido jamais casou-se com ele. Conheceu Eufrásia
Teixeira Leite durante uma
viagem à Europa. Ela era uma
mulher fora dos padrões de seu
tempo. Órfã de pai e mãe, de família rica, passou a gerir as próprias finanças e foi morar, independente, em Paris.
Apaixonaram-se e mantiveram breves momentos de idílio,
mas, no geral, ambos evitaram
dar um passo à frente, pois tinham situações financeira e social muito diferentes. Apesar de
ser um aristocrata, Nabuco
pertencia a uma família que
não era endinheirada, tampouco provinha das linhagens mais
nobres do Império.
"Era um amor que dificilmente vingaria. Se fosse um encontro típico do romantismo,
essas diferenças seriam o motor para que lutassem para ficar
juntos. Mas não era o caso, e as
questões concretas definiram
seu fracasso. Por mais moderno que Nabuco fosse, era difícil
aceitar a superioridade financeira da amada. Algo que é um
problema até hoje", diz Alonso.
Em seu livro, a pesquisadora
lista pelo menos quatro engates
e quatro rompimentos do casal
entre 1872 e 1887.
Depois de tantas frustrações,
finalmente, Nabuco optou por
casar-se com uma outra mulher, 16 anos mais nova que ele,
Evelina Torres Soares Ribeiro,
com quem teve cinco filhos.
Já Eufrásia seguiu com sua
vida livre, mundana e milionária. Optou por não se casar e
morreu só.
(SC)
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