São Paulo, segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

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Seminário em SP discute o futuro da crítica literária

Itaú Cultural reúne importantes nomes da área como Martín Kohan, José Miguel Wisnik e Silviano Santiago

Evento gratuito, que vai de amanhã até quinta-feira, debate as formas de escrever e as "tentações" dos intelectuais dos livros

RAQUEL COZER
DA REPORTAGEM LOCAL

"Resolva sempre sem entrar no mérito da questão", anotava Roberto Schwarz em 1970, dentro de seus "19 Princípios para a Crítica Literária", que descreviam, em tom irônico, vícios da vida intelectual no país.
Embora marcado pelos debates da época, o manifesto levanta uma discussão ainda relevante sobre os caminhos da crítica literária. É sobre o papel e as formas dessa área após suas metamorfoses no século 20 que trata o Seminário Internacional Rumos Literatura - Crítica Literária, de amanhã a quinta, no Itaú Cultural (veja quadro).
"Partimos da idéia de que, por vários ângulos, a crítica literária tem de se redefinir. Como ela se posiciona, por exemplo, diante dos estudos culturais, em voga nos anos 90, que questionaram inclusive a literatura", diz o curador Samuel Titan Jr., professor de teoria literária da USP.
A questão sobre a "tentação" do crítico literário de se pronunciar sobre temas além da arte verbal abre o ciclo, na mesa "Crítica Literária e Crítica Cultural", com José Miguel Wisnik, músico e professor de literatura brasileira na USP, e Martín Kohan, professor de teoria literária na Universidade de Buenos Aires. A mediação é de Natalia Brizuela, da Universidade de Berkeley (EUA).
"As Formas da Crítica", com Silviano Santiago e Flora Süssekind, trata do modo como a crítica passou a existir dentro da própria criação literária. Discussão similar ocorre em "Crítica e Poesia", em que Marco Lucchesi e Marcos Siscar falam da poesia como exercício de crítica, sob mediação do argentino Gonzalo Aguilar, autor de "Poesia Concreta Brasileira: as Vanguardas na Encruzilhada Modernista" (Edusp).
Completam o ciclo, que encerra o Rumos Literatura 2007/08, as mesas "Atualidade de Erich Auerbach" e "Atualidade de Machado de Assis".


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