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Festival investiga eco do tempo nas artes
Rio sedia as atividades, que começam amanhã, com programação de debates
Curadores são oriundos do riocenacontemporanea, suspenso por disputa interna na organização; internet terá papel-chave
LUCAS NEVES
DA REPORTAGEM LOCAL
Em nove edições, a partir de
1996, o riocenacontemporanea
firmou-se como um dos mais
provocativos festivais de artes
cênicas do país, ao apostar na
ocupação de espaços alternativos e em um teatro promíscuo,
que flertasse sem cerimônia
com outras manifestações.
Disputas internas na associação que geria a mostra levaram
a uma ruptura no quinteto de
curadores. Em dezembro de
2008, três deles organizaram
uma versão "pocket" do festival. Neste ano, não houve riocena. Mas seu DNA criativo perdura no Tempo - Festival das
Artes, cuja primeira etapa
acontece entre amanhã e sexta,
no Oi Futuro carioca.
O triunvirato que assinou o
último riocena reaparece aqui:
Márcia Dias, Bia Junqueira e
Cesar Augusto. O investimento
na imbricação de linguagens é
outra parte da herança.
A novidade é a fragmentação
da programação (haverá uma
segunda fase, em abril) e a atenção dada à internet. O site da
mostra funcionará como plataforma de prolongamento das
discussões iniciadas nos debates presenciais e de desnudamento dos processos criativos
dos espetáculos, com pílulas de
ensaios e textos escritos ou indicados por atores.
O festival se propõe a mapear
como a percepção do tempo interfere na construção artística
e qual o espaço que ela deixa
para o encontro de linguagens
-ou seja, de que maneiras é
possível traduzir em teatro,
música e literatura (quiçá os
três juntos) o tempo líquido, irrefreável de hoje.
Na etapa que vai de amanhã a
sexta, o foco estará na reflexão
teórica. Serão várias as tentativas de decifrar o tempo: uma
palestra do cosmólogo Mario
Novello, um debate com críticos de cinema e artes plásticas,
uma escritora e uma diretora
de teatro sobre a arte na contemporaneidade e um encontro com o sociólogo francês
Emmanuel Wallon, especialista em recepção do espetáculo.
"Nos grandes festivais de teatro, muitas vezes as peças tomam conta de tudo, e palestras
e workshops tão importantes
quanto elas acabam não recebendo atenção", observa Cesar
Augusto. "Buscamos dar ao espectador uma alternativa ao
"marque um xizinho na programação". A ideia é passar informação para que surja um pensamento atrelado ao que se vai
assistir mais à frente."
Na fase de agora, também haverá exibições de vídeos de peças de Antunes Filho e apresentações de três trabalhos em
desenvolvimento, dentre os
quais "O Outro (seja por um
instante)", do Coletivo Improviso, dirigido por Enrique Diaz.
Em abril, peças, performances e intervenções urbanas
constituirão a segunda etapa do
festival, com atenção especial
para América Latina e Europa.
TEMPO - FESTIVAL DAS ARTES
Quando: de amanhã a sexta; horários
em www.tempofestival.com.br
Onde: Oi Futuro (r. Dois de Dezembro,
63, Flamengo, tel. 0/xx/21/3131-3060)
Quanto: grátis
Classificação: 16 anos
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