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São Paulo, quinta-feira, 16 de janeiro de 2003

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POLÍTICA CULTURAL

Ministro pretende criar "loteria da cultura" em todo o país em parceria com a Caixa Econômica

Gil dá "canja" em posse de secretários

IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Cultura, Gilberto Gil, aproveitou a posse de sua nova equipe ontem para dar uma "canja" aos funcionários da pasta. Após assinar a papelada, Gil aproveitou o violão "um pouco desafinado" pela falta de uso nos últimos dez dias e cantou três músicas para um auditório lotado de servidores e artistas.
"Mãos à obra", foi o recado que o ministro Gilberto Gil Moreira, como é apresentado à frente da pasta, deu ontem a equipe.
"Devo advertir meus companheiros de equipe, neste momento, que esta nova visibilidade do ministério só terá consequência se ela, de fato, se desdobrar e se traduzir em ação", afirmou durante discurso.
Para permitir que o trabalho da equipe renda frutos, Gil pretende, segundo a Folha apurou, criar uma "loteria da cultura" federal, em parceria com a Caixa Econômica Federal. Os recursos obtidos com a venda dos bilhetes seriam repassados para o Fundo Nacional de Cultura e para a conservação do patrimônio nacional.
A intenção do governo é fechar o acordo com a CEF o quanto antes, de forma a utilizar o dinheiro ainda este ano. O modelo de loteria escolhido segue o formato já em uso nos Estados Unidos e na Itália. No Brasil, o dinheiro de loterias federais já é utilizado para o Fundo Penitenciário Nacional.
Segundo o ator Antônio Grassi, que assumiu ontem a presidência da Funarte (Fundação Nacional de Arte), o órgão deve manter um escritório no Rio, onde funciona hoje, mas será transferido para Brasília. O objetivo é "descentralizar" o incentivo à cultura.

Canja
A "canja" foi pedida, segundo o ministro, pelos funcionários do ministério que ainda não haviam presenciado uma apresentação do chefe. Foi a primeira vez que o baiano cantou usando terno e gravata, segundo sua assessoria. A primeira música entoada foi "Drão", de sua autoria, seguida de "Three Little Birds", de Bob Marley, e "Esperando na Janela", de Targino Gondim.
A canção de abertura foi dedicada ao ministro Ciro Gomes e sua mulher, a atriz Patrícia Pillar, presentes na cerimônia. Antes da posse, o mímico Miquéias Paz, ex-deputado distrital de Brasília, apresentou a performance "Assim Caminha Mais ou Menos a Humanidade".
O encerramento ficou a cargo de um grupo de bumba-meu-boi de Brasília, que se apresentou durante cerca de 20 minutos, enquanto Gil conversava com membros da equipe ministerial e artistas convidados.


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