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DOCUMENTÁRIO
Especial dramatiza vida de Elis Regina
BRUNO YUTAKA SAITO
DA REDAÇÃO
A vida da cantora gaúcha Elis
Regina (1945-1982) foi permeada
por situações que poderiam render bons clichês de novelões televisivos. O roteiro não exigiria
muita imaginação: dona de uma
personalidade explosiva, com
uma vida repleta de amores turbulentos, Elis até hoje suscita
amores e mistérios.
Nesta opção pela exaltação do
mito, a Cultura exibe um especial
sobre a cantora neste sábado, produzido pelo canal pago E! Entertainment Television dentro da série "Histórias Verdadeiras", em
homenagem aos 21 anos de sua
morte. Mais conhecido pela linha
de documentários sobre personalidades "trash" da sociedade norte-americana, o E! e sua produção
brasileira tiveram acesso ao amplo material de arquivo que a Cultura possui sobre Elis Regina, como uma entrevista feita em 1973.
Nessa troca, a Cultura teve o direito de exibir o especial.
Em ritmo acelerado, o documentário -que dura cerca de 40
minutos- e a narração parecem
ter pressa em contar a trajetória
da cantora. Em pouco tempo, vemos uma Elis, que aos sete anos
participava do programa de concursos dominical "Clube do Guri", da Rádio Farroupilha, se
transformar na garota que, aos 13,
já era sensação em Porto Alegre e
arrimo de família.
Mais (tragi)cômica é a opção do
especial em adotar uma narração
que tende para o piegas, com definições como "em tempos de repressão, ela foi a voz que ninguém
pôde calar" ou "uma luz que se
apagou antes do tempo". Chega a
empatar com as reconstituições
de fatos marcantes em sua vida,
como a lenda de que, nas brigas
com o então marido Ronaldo
Bôscoli, ela costumava jogar discos pela janela, ou então, a noite
em que se declarou para o futuro
marido Cesar Camargo Mariano.
À parte as boas entrevistas feitas
com Jair Rodrigues, Luiz Chaves,
Fernando Faro, Regina Echeverria e João Marcello Bôscoli, o documentário peca por não trazer
maiores detalhes sobre os inúmeros boatos surgidos na ocasião da
morte da cantora.
HISTÓRIAS VERDADEIRAS - ELIS
REGINA. Quando: sábado (dia 18) às
21h, na Cultura.
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