São Paulo, sábado, 16 de janeiro de 2010

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Procurados

Furtos de livros são corriqueiros e representam perdas de até 4% no ano para o setor de livrarias do país; entre os títulos preferidos estão os de Stephenie Meyer, Nietzsche e volumes técnicos

Bruno Fernandes/Folha Imagem
Central de monitoramento das livrarias Fnac, em São Paulo, com imagens das nove lojas da rede no Brasil

FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os dedos passeiam pelas prateleiras, de livro em livro. Os olhos esquadrinham o ambiente ao redor à espera do instante para a consumação do delito. Apesar do arsenal de câmeras e alarmes, o furto de livros é corriqueiro nas livrarias do país.
A Associação Nacional de Livrarias (ANL) estima que os furtos representem um prejuízo de até 4% para o setor, em um mercado que movimentou R$ 1,9 bilhão de reais só em 2009. "A coisa é tão séria que as livrarias hoje usam sistemas sofisticados de vigilância", avalia Vitor Tavares da Silva Filho, presidente da ANL.
A partir de dados oficiais da Fnac e da livraria Loyola, além de enquete com outras seis livrarias do eixo Rio-São Paulo, a Folha chegou a uma estimativa dos principais alvos dos ladrões de livros. No último semestre, o livro mais roubado no país foi o best-seller juvenil "Lua Nova", de Stephenie Meyer. Outros títulos, no entanto, confundem o traçado do perfil do criminoso literário.
"A História da Feiura", de Eco, e "Além do Bem e do Mal", de Nietzsche, títulos preferenciais, apontam uma direção intelectual. Já o surgimento de "Leis Penais Comentadas" na enquete não deixa dúvidas: há quem procure conhecer a legislação penal brasileira praticando, de cara, um crime.
A ausência de um perfil definido torna difícil apontar suspeitos. Na livraria, todos são clientes, até que soe o alarme.


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