São Paulo, domingo, 16 de janeiro de 2011

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OPINIÃO VERSÃO BRASILEIRA

Enquanto der ibope, dublagem será uma realidade inescapável

Reclamações são inevitáveis, mas, com crescimento da classe C, tendência é haver mais programas adaptados

ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA

A dublagem de séries e filmes na TV brasileira é uma realidade inescapável. Ela dá mais audiência. Mesmo nos canais pagos, a tendência é de que cada vez mais programas sejam dublados, especialmente com o crescimento do público da classe C.
Num mundo ideal, o telespectador teria as duas opções. Nem sempre é assim.
Para as gerações pré-TV a cabo e pré-internet, só havia a opção de assistir a programas dublados. E ninguém sofria com isso, ao contrário.
Nos acostumamos a ouvir dublagens que não só mantinham o espírito dos personagens originais, como, em alguns casos, até os tornavam melhores.
Quem conhece a voz original do Dr. Smith na série "Perdidos no Espaço" e ouviu a fenomenal dublagem de Borges de Barros sabe que a voz brasileira era muito mais marcante e engraçada.
A mesma coisa ocorria com o Scooby Doo de Orlando Drummond, o Salsicha de Mario Monjardim ou o Zé Colmeia de Older Cazarré.
Hoje, o público está cada vez mais antenado e poliglota. A molecada baixa as séries antes que cheguem ao Brasil, faz legendas próprias e, quando o programa finalmente estreia, já conhece as vozes dos atores originais.
É inevitável que muitos reclamem das dublagens. Mas não tem volta. Enquanto der audiência, ela vai crescer cada vez mais.
Muito mais sério são os cortes que as emissoras promovem nos programas, como fez a Fox com a ótima série de zumbis "The Walking Dead" ou como a Globo anunciou que fará com "Glee". Isso é errado. Em qualquer idioma.


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