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ARTES PLÁSTICAS
Museu inaugura hoje mostra com 82 trabalhos do colombiano; artista viria, mas quebrou o joelho
Gordinhos de Botero chegam ao Masp
"Dançarinos", de 1987, óleo sobre tela do colombiano Fernando Botero
CELSO FIORAVANTE
da Reportagem Local
O artista plástico colombiano
Fernando Botero, de quem o Masp
abriga a partir de hoje 82 trabalhos, não é um desconhecido do
público brasileiro. Nem poderia.
Apesar de já ter apresentado
obras suas no país em pelo menos
duas ocasiões importantes, as Bienais de 1959 e 1985, Botero conseguiu se fixar no imaginário local
não pela frequência de sua obra no
país, mas pela maneira como trabalha, à exaustão, uma iconografia muito específica, reconhecível
não apenas no Brasil, mas em todo
o mundo.
Suas volumosas figuras (homens, mulheres, crianças, animais, frutas, objetos) são um verdadeiro fenômeno de massas e
não apenas por suas características absolutamente figurativas,
mas pelo fato de se aterem mais a
um rigor técnico que a qualquer
pretensão intelectual.
Sua obra mais importante, "Retrato Oficial da Junta Militar", por
exemplo, que não está na mostra,
faz uma crítica mordaz aos regimes militares que governaram a
América Latina por décadas, mas
atrai principalmente pelas características bizarras de seus personagens e pela composição bem trabalhada.
Essa característica é uma possível influência da obra dos mestres
italianos como Giotto, Paolo Uccello e Piero della Francesca, com
as quais Botero teve contato direto
nos anos 50, quando se transferiu
para a Europa.
Seu sucesso se deve ainda às influências retiradas da literatura
realista fantástica, características
que reiteram seu perfil latino, mas
que o aproximam, pelo exotismo,
de um público mais globalizado.
"O que eu mais gosto é a idéia de
trazer a arte para perto das pessoas. Que a arte encontre o público na rua. E isso é revolucionário",
disse na semana passada à Folha.
Nascido em Medellín, filho de
um caixeiro viajante, Botero realizou sua primeira individual em
1951, em Bogotá. A carreira internacional deslanchou a partir de
1962, quando fez sua primeira exposição em Nova York e teve uma
tela sua, "Mona Lisa aos 12 Anos",
comprada pelo MoMA.
O artista deveria estar na cidade
para acompanhar a inauguração
da mostra, mas quebrou o joelho
na última quinta-feira e não pôde
sair de Paris por ordens médicas.
Deve, porém, visitar o país e a
mostra daqui a duas semanas.
Além de óleos, desenhos e aquarelas, o Masp vai exibir ainda oito
de suas esculturas monumentais
em bronze.
Mostra: Fernando Botero (50 óleos sobre
tela, 18 desenhos, 6 aquarelas e 8
esculturas)
Onde: Masp (av. Paulista, 1578, tel.
011/251-5644, Cerqueira César)
Vernissage: hoje às 19h (apenas para
convidados)
Quando: de terça a domingo, das 9h às
21h
Quanto: R$ 8 e R$ 4 (estudantes)
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