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São Paulo, quarta-feira, 16 de abril de 2003

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DOCUMENTÁRIO

Filme aproxima "vagabundo" e "ditador"

BRUNO YUTAKA SAITO
DA REDAÇÃO

Foram quatro dias que separaram os nascimentos do "vagabundo" e do "ditador". Apesar de nunca terem se encontrado, Charles Chaplin (1889-1977) e Adolf Hitler (1899-1945) levaram vidas paralelas com mais pontos em comum do que poderia se imaginar, defende o diretor Kevin Brownlow no documentário "O Vagabundo e o Ditador", que o GNT exibe hoje.
O filme ressalta ainda a semelhança física -os famosos bigodinhos- e o fato de que ambos tiveram infâncias pobres e saíram de seus países de origem para viver em outro lugar. "Eles foram os homens mais amados e odiados de seu tempo", diz o narrador Kenneth Branagh no filme.
Mas o maior mérito do documentário é apresentar cenas inéditas e de bastidores, coloridas, de "O Grande Ditador" (1940), o primeiro filme falado de Chaplin, sátira a Hitler.
Essas imagens foram encontradas quase 60 anos após as gravações, no sótão da casa suíça de Chaplin. Captadas, na época, por seu irmão Sydney, o material revela o método de direção de Chaplin, descrito pelos entrevistados do documentário como "um verdadeiro ditador em cena".
Em clima de DVD, as cenas revelam o final que Chaplin originalmente desejava para "O Grande Ditador": um baile ao ar livre em que as tropas inimigas dançam. As imagens captam o perfeccionismo de Chaplin na tentativa de achar a tomada ideal, até a desistência e a opção que prevaleceu, o discurso antibélico.
O documentário de Brownlow sugere ainda que Hitler teria assistido a "O Grande Ditador". "Ele acharia divertido", diz no documentário Reinhard Spitzy, que integrava o círculo político alemão na época.


O VAGABUNDO E O DITADOR. Documentário de Kevin Brownlow. Quando: hoje, às 23h20, no GNT.


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