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DOCUMENTÁRIO
Filme aproxima "vagabundo" e "ditador"
BRUNO YUTAKA SAITO
DA REDAÇÃO
Foram quatro dias que separaram os nascimentos do "vagabundo" e do "ditador". Apesar de nunca terem se encontrado,
Charles Chaplin (1889-1977) e
Adolf Hitler (1899-1945) levaram
vidas paralelas com mais pontos
em comum do que poderia se
imaginar, defende o diretor Kevin
Brownlow no documentário "O
Vagabundo e o Ditador", que o
GNT exibe hoje.
O filme ressalta ainda a semelhança física -os famosos bigodinhos- e o fato de que ambos tiveram infâncias pobres e saíram
de seus países de origem para viver em outro lugar. "Eles foram os
homens mais amados e odiados
de seu tempo", diz o narrador
Kenneth Branagh no filme.
Mas o maior mérito do documentário é apresentar cenas inéditas e de bastidores, coloridas, de "O Grande Ditador" (1940), o primeiro filme falado de Chaplin, sátira a Hitler.
Essas imagens foram encontradas quase 60 anos após as gravações, no sótão da casa suíça de
Chaplin. Captadas, na época, por
seu irmão Sydney, o material revela o método de direção de Chaplin, descrito pelos entrevistados
do documentário como "um verdadeiro ditador em cena".
Em clima de DVD, as cenas revelam o final que Chaplin originalmente desejava para "O Grande Ditador": um baile ao ar livre
em que as tropas inimigas dançam. As imagens captam o perfeccionismo de Chaplin na tentativa
de achar a tomada ideal, até a desistência e a opção que prevaleceu, o discurso antibélico.
O documentário de Brownlow
sugere ainda que Hitler teria assistido a "O Grande Ditador". "Ele
acharia divertido", diz no documentário Reinhard Spitzy, que integrava o círculo político alemão
na época.
O VAGABUNDO E O DITADOR.
Documentário de Kevin Brownlow.
Quando: hoje, às 23h20, no GNT.
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