São Paulo, quinta, 16 de abril de 1998

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CRÍTICA
Disco mostra indecisão

da Reportagem Local

"Rotomusic de Liquidificapum" (93), álbum lançado pelo selo metaleiro Cogumelo, dosava humor adolescente e metal pesado.
Não devia ser o retrato mais fiel dos meninos -o advento de "Gol de Quem?" (95), até hoje o álbum mais consistente do grupo, é comprobatório. Mas o CD rendeu-lhes o rótulo de "novos Mutantes" -e havia, de fato, muitos pontos de contato, da tonalidade das composições à voz gostosa de Fernanda Takai, bem Rita Lee anos 60 -mas as comparações geraram insegurança.
Pato Fu partiu então para o experimentalismo, no desastrado "Tem mas Acabou" (96). Não deu certo, e nova guinada dá-se agora, com o disco mais roqueiro e mais solene do Pato Fu. Muito se perdeu nessa rota: o humor abilolado, o frescor pop, a inconsequência.
"Televisão de Cachorro" soa um pouco forçado, então. A simpática "Antes Que Seja Tarde", fica no meio do caminho entre a antiga Rita Lee e Marisa Monte -ou seja, não se sabe bem o que Patu Fu anda querendo dizer.
As referências, agora, parecem preocupadas -pensa-se em Portishead diante dos efeitos de "Canção pra Você Viver Mais"; Fernanda canta à Elza Soares em "Vivo num Morro", só para exibir alcance vocal.
No todo, tem-se uma banda pop nacional com resultados promissores e que agora se vê indecisa diante de pressões e crises de identidade. (PAS)
Disco: Televisão de Cachorro Banda: Pato Fu Lançamento: BMG Quanto: R$ 18


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