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CRÍTICA
Disco mostra indecisão
da Reportagem Local
"Rotomusic de Liquidificapum" (93), álbum lançado pelo selo metaleiro Cogumelo, dosava humor
adolescente e metal pesado.
Não devia ser o retrato
mais fiel dos meninos -o
advento de "Gol de Quem?"
(95), até hoje o álbum mais
consistente do grupo, é
comprobatório. Mas o CD
rendeu-lhes o rótulo de
"novos Mutantes" -e havia, de fato, muitos pontos
de contato, da tonalidade
das composições à voz gostosa de Fernanda Takai,
bem Rita Lee anos 60
-mas as comparações geraram insegurança.
Pato Fu partiu então para
o experimentalismo, no desastrado "Tem mas Acabou" (96). Não deu certo, e
nova guinada dá-se agora,
com o disco mais roqueiro
e mais solene do Pato Fu.
Muito se perdeu nessa rota:
o humor abilolado, o frescor pop, a inconsequência.
"Televisão de Cachorro"
soa um pouco forçado, então. A simpática "Antes
Que Seja Tarde", fica no
meio do caminho entre a
antiga Rita Lee e Marisa
Monte -ou seja, não se sabe bem o que Patu Fu anda
querendo dizer.
As referências, agora, parecem preocupadas -pensa-se em Portishead diante
dos efeitos de "Canção pra
Você Viver Mais"; Fernanda canta à Elza Soares em
"Vivo num Morro", só para
exibir alcance vocal.
No todo, tem-se uma
banda pop nacional com
resultados promissores e
que agora se vê indecisa
diante de pressões e crises
de identidade.
(PAS)
Disco: Televisão de Cachorro
Banda: Pato Fu
Lançamento: BMG
Quanto: R$ 18
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