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Crítica
Scorsese atípico põe público em sonho recorrente
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Perder-se, estar num lugar
desconhecido em busca de alguém e não encontrar. Estar à
noite, com pessoas estranhas.
Não se encontrar e não se reconhecer nas coisas que vemos.
Esta é a descrição de um pesadelo não tão raro assim. E foi
numa espécie de pesadelo que
Martin Scorsese quis nos projetar em "Depois de Horas"
(HBO, 15h30).
Trata-se de um filme atípico
na carreira do cineasta americano. Na maior parte das vezes,
seus personagens podem até
não saber o que estão fazendo
ou o que está em jogo, quando
agem. Mas pensam que sabem
-eis o essencial.
Aqui, Griffin Dunne está em
um bairro de Nova York que
desconhece. Tudo bem. Mas,
acima de tudo, ele é Griffin
Dunne, com aquela cara de
quem nunca sabe o que se passa com ele. É um filme arrojado
e curioso.
Também hoje, uma bela
Jeanne Moreau no policial "A Noiva Estava de Preto" (Telecine Cult, 20h), de François
Truffaut.
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