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Mineira "do sertão do sertão" é destaque no Tim com 1º CD solo
Déa Trancoso tem 4 indicações com canções populares recolhidas pelo país
DA SUCURSAL DO RIO
Durante a festa do Prêmio
Tim de Música, hoje à noite, no
Teatro Municipal do Rio, um
nome desconhecido será ouvido pelo menos quatro vezes:
Déa Trancoso. Esta mineira de
43 anos concorre nas categorias cantora regional, disco regional, projeto visual e cantora
pelo voto popular.
"O Lenine já disse que demorou 20 anos para fazer sucesso
da noite para o dia. Eu nem estou fazendo sucesso, mas sinto
essas indicações coroando 20
anos de estrada. Para quem
saiu do sertão do sertão, é uma
coisa que impressiona", diz ela.
Déa Trancoso nasceu em Almenara, no Vale do Jequitinhonha (norte de Minas Gerais), a
744 km de Belo Horizonte. Ela
vive há 20 anos na capital mineira, onde se formou em jornalismo.
Esse olhar duplo, de rincão e
de metrópole, se mostra em
"Tum Tum Tum", seu primeiro
CD solo e motivo das indicações ao Tim. Em uma década de
trabalho feito em vários pontos
do Brasil, ela recolheu cantos
de domínio público, ouviu pesquisadores mas também se valeu da própria vivência.
"Tem uma música do disco,
"Beija-Flor", que é cantada de
um jeito no Jequitinhonha, de
outro no sul de Minas, aparece
também em Pernambuco, vai
passeando pelo Brasil. Acho um
trem lindo isso aí", conta.
Amante desde criança de
samba, choro e Nelson Gonçalves, por influência do pai violonista, Alcides Trancoso, ela se
mostra sem preconceitos ao
exaltar astros pop como Cazuza e Sinéad O'Connor.
"Minha raiz pode ser no Jequitinhonha, a do Lenine em
Recife, mas tem um lugar em
que tudo se encontra e vira música. E música não tem sexo,
cor, cheiro", afirma.
Neste ano, o Prêmio Tim homenageia Zé Keti (1921-1999),
com participações de Paulinho
da Viola, Milton Nascimento,
Elton Medeiros, Mônica Salmaso e outros.
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