São Paulo, sábado, 16 de maio de 2009

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Rubem Fonseca contrata agente literária no Rio

Segundo a filha do escritor, a agência de Lucia Riff, uma das principais do mercado, está estudando propostas de editoras

Após 20 anos, Fonseca deixou a Companhia das Letras, que tem 26 títulos do autor; editora e escritor não comentam os motivos


EDUARDO SIMÕES
DA REPORTAGEM LOCAL

O escritor Rubem Fonseca, 84, contratou a agente literária Lucia Riff, uma das principais do país, para negociar a publicação de suas obras, que desde o fim do mês passado deixaram de ser editadas pela Companhia das Letras.
A reportagem da Folha não conseguiu falar com a agente. A informação foi confirmada ontem pela psicanalista e editora Bia Corrêa do Lago, filha do escritor: "Nem todas as propostas foram formalizadas. Ela vai organizar as que já foram e passar tudo mastigado para ele a partir da próxima semana".
Bia diz que o escritor não tem em mente um "perfil" para a nova editora. "Ele estava, digamos, fora do mercado por muito tempo. As coisas mudaram, e ele não tem pressa."
A saída de Fonseca da Companhia, que tem 26 títulos do autor, surpreendeu o mercado. Em comunicado de 30/4, a editora disse que havia sido uma decisão em comum acordo: "No momento em que os livros do escritor se esgotarem, eles estarão disponíveis para publicação por editora da escolha do autor. Nenhum esclarecimento a respeito deste assunto será prestado pela Companhia".
Bia diz que o pai não comenta a saída da editora: "Ele não é de fofoca. Se saiu, é porque não gostou de alguma coisa".
Para o editor Paulo Roberto Pires, da Agir, o motivo é "um dos segredos mais bem guardados do momento". Pires também considera "um pouco malucas" as versões de bastidores, como a recusa por parte da editora de dar um polpudo adiantamento ao escritor. Ou suas críticas à eventual publicação pela Companhia de um livro do chileno Roberto Bolaño, "La Literatura Nazi en América", em que Fonseca é mencionado.
"O que sei é que não há editora grande que já não tenha conversado com Rubem Fonseca."
A Folha apurou que uma das propostas mais fortes é a do grupo português Leya. Pascoal Soto, diretor do grupo no Brasil, não confirma a negociação: "O que posso dizer é que tenho profundo respeito por Rubem Fonseca e que todo editor gostaria de tê-lo em seu catálogo. Comigo não seria diferente."


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