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Rubem Fonseca contrata agente literária no Rio
Segundo a filha do escritor, a agência de Lucia Riff, uma das principais do mercado, está estudando propostas de editoras
Após 20 anos, Fonseca deixou a Companhia das Letras, que tem 26 títulos do autor; editora e escritor não comentam os motivos
EDUARDO SIMÕES
DA REPORTAGEM LOCAL
O escritor Rubem Fonseca,
84, contratou a agente literária
Lucia Riff, uma das principais
do país, para negociar a publicação de suas obras, que desde
o fim do mês passado deixaram
de ser editadas pela Companhia das Letras.
A reportagem da Folha não
conseguiu falar com a agente. A
informação foi confirmada ontem pela psicanalista e editora
Bia Corrêa do Lago, filha do escritor: "Nem todas as propostas foram formalizadas. Ela vai
organizar as que já foram e passar tudo mastigado para ele a
partir da próxima semana".
Bia diz que o escritor não
tem em mente um "perfil" para
a nova editora. "Ele estava, digamos, fora do mercado por
muito tempo. As coisas mudaram, e ele não tem pressa."
A saída de Fonseca da Companhia, que tem 26 títulos do
autor, surpreendeu o mercado.
Em comunicado de 30/4, a editora disse que havia sido uma
decisão em comum acordo:
"No momento em que os livros
do escritor se esgotarem, eles
estarão disponíveis para publicação por editora da escolha do
autor. Nenhum esclarecimento
a respeito deste assunto será
prestado pela Companhia".
Bia diz que o pai não comenta a saída da editora: "Ele não é
de fofoca. Se saiu, é porque não
gostou de alguma coisa".
Para o editor Paulo Roberto
Pires, da Agir, o motivo é "um
dos segredos mais bem guardados do momento". Pires também considera "um pouco malucas" as versões de bastidores,
como a recusa por parte da editora de dar um polpudo adiantamento ao escritor. Ou suas
críticas à eventual publicação
pela Companhia de um livro do
chileno Roberto Bolaño, "La
Literatura Nazi en América",
em que Fonseca é mencionado.
"O que sei é que não há editora grande que já não tenha conversado com Rubem Fonseca."
A Folha apurou que uma das
propostas mais fortes é a do
grupo português Leya. Pascoal
Soto, diretor do grupo no Brasil, não confirma a negociação:
"O que posso dizer é que tenho
profundo respeito por Rubem
Fonseca e que todo editor gostaria de tê-lo em seu catálogo.
Comigo não seria diferente."
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