São Paulo, sexta-feira, 16 de junho de 2006

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CDs

MPB
Eduardo Gudin & Notícias
dum Brasil
    
EDUARDO GUDIN
Gravadora:
Dabliú; Quanto: R$ 23, em média Relançado após oito anos, este CD é mais uma mostra do grande compositor que é Eduardo Gudin, um dos maiores do samba feito em São Paulo. Parente no balanço e na delicadeza de Elton Medeiros e Paulinho da Viola -seu parceiro na bela "Ainda Mais", que está no disco-, ele divide os vocais com convidadas e com o grupo Notícias dum Brasil, do qual fazia parte Fabiana Cozza, hoje em carreira solo. Talvez nem precisasse, porque Gudin é o melhor intérprete de suas músicas. "Refaz", "Não Sou Rei", "Retrato" e "Samba-Canção" são alguns dos destaques.
POR QUE OUVIR: por causa do seu repertório impecável. Ainda tem Guinga tocando em "Conversar Comigo" e "Etérea", parcerias suas com Gudin. (LUIZ FERNANDO VIANNA)

Rap/UK Garage
The Hardest Way to Make an Easy Living
    
THE STREETS
Gravadora:
Warner; Quanto: R$ 35, em média Mike Skinner, o cara por trás do projeto The Streets, apareceu ao mundo quatro anos atrás, quando mostrou sua visão seca e direta sobre a vida urbana britânica -dele e da juventude menos endinheirada- com o disco "Has It Come to This". O álbum foi gravado em casa, Skinner ficou famoso, ganhou bom dinheiro e agora pode produzir seu terceiro CD num estúdio amplo. As letras, que antes giravam em torno de pubs, dão lugar a histórias sobre o ambiente de celebridades, com um olhar peculiar e ácido.
POR QUE OUVIR: as letras são espertas (ouça, principalmente, a faixa-título e "When You Wasn't Famous") e as batidas quebradas, que procuram sempre os caminhos menos fáceis, são prova de que Skinner ainda é dono de idéias interessantes. (THIAGO NEY)

Jazz
John Coltrane & Johnny Hartman
   
JOHN COLTRANE E JOHNNY HARTMAN
Gravadora:
Impulse/Universal; Quanto: R$ 22, em média Ainda que sem a cintilância de obras-primas como "A Love Supreme", estas composições gravadas em 1963 marcam o encontro do sax de Coltrane com a voz de Hartman. Tal obra surgiu num momento em que Coltrane se encontrava insatisfeito com sua técnica. A idéia de suavizar sua velocidade caiu como uma luva. A bateria de Elvin Jones adquire uma leveza excepcional, o piano de McCoy Tyner esbanja lirismo e o baixo de Garrison acentua os desenhos vocais de Hartman. No alto, o sax tenor flutua.
POR QUE OUVIR: na pasteurização tão comum nas produções de vocais jazzísticos contemporâneos, ouvir Hartman é uma lição de personalidade. (FERNANDO NAPORANO)

Rock
Segundo
  
TORANJA
Gravadora:
Universal; Quanto: R$ 35, em média O Los Hermanos é um dos maiores fenômenos do pop brasileiro, com canções inteligentes/melancólicas/poéticas, mas sem penetração no mercado internacional. Troque o nome da banda por Toranja e troque o país de referência para Portugal, e você entenderá por que os dois grupos decidiram juntar forças numa estratégia de ampliação de mercado -os Hermanos abriram shows para o Toranja na ex-metrópole; agora é a vez deste tentar a sorte aqui. Como ambos trabalham com temas que conversam entre si, ganham os dois públicos. O ponto negativo é que essa estética da delicadeza roqueira virou padrão de parcela do cenário.
POR QUE OUVIR: em seu segundo disco, o Toranja investe com talento no pop rock ora tranqüilo, ora pesado, de Coldplay e Radiohead e suas metáforas de amor/solidão. (BRUNO YUTAKA SAITO)

Eletrônico
Fundamental
  
PET SHOP BOYS
Gravadora:
EMI; Quanto: R$ 35, em média Agora no terceiro tempo de suas carreiras, gente fundamental dos anos 80 se vê numa encruzilhada quando ganha o status de "clássico": ficar parado só vivendo do revival ou produzir música relevante? É o caso do Pet Shop Boys. Em seu novo álbum, eles contam com o produtor Trevor Horn, nome fundamental do período, o que garante uma volta da dupla aos tempos de sua célebre sonoridade kitsch/gay/eletrônica. Mas, como eles não são mais tão "boys" assim, preferem falar sério e muitas das letras refletem as desilusões de Neil Tennant com a política britânica e questões de imigração, em "Indefinite Leave to Remain" e "Integral".
POR QUE OUVIR: baladas lentas à parte, este "Fundamental" resgata o espírito de boate gay. (BYS)

DVDs

Rock
The Right Spectacle
    
ELVIS COSTELLO
Gravadora:
Sony BMG; Quanto: R$ 42, em média Com três horas de duração, esta compilação de clipes e apresentações de Elvis Costello abarca seu material de 1978 a 1994. Traz a melhor fase do cantor, quando ele era acompanhado pela banda The Attractions, e revela em ótimos vídeos o talento do cantor e guitarrista para compor temas tocantes. É inegável a beleza do clipe de "Veronica", sobre a mãe doente, e o fantástico arrebatamento em "I Wanna Be Loved". Poucas vezes, música pop foi traduzida de maneira tão magistral em imagens.
POR QUE OUVIR: se você ainda acha que Elvis Costello é o cara da música do água-com-açúcar "Nothing Hill" ("She / may be the reason I survive / The why and wherefore I'm alive..."), está perdendo boa parte da festa. (MÁRVIO DOS ANJOS)


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