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Projeto da TV Cultura sofre corte de 28,5%
DA REPORTAGEM LOCAL
Com seu "Plano de Atividades Anuais 2007/2008", a
Fundação Padre Anchieta
(TV e Rádio Cultura) pediu
autorização para captar R$
24,9 milhões em patrocínio
pela Lei Rouanet. O montante autorizado pelo MinC foi
28,5% menor (R$ 17,8 mi).
A declaração do ministro
interino da Cultura, Juca
Ferreira, de que havia "cortado parte da captação da TV
Cultura", feita à revista "Carta Capital", está na origem da
suspeita do secretário de
Cultura de São Paulo, João
Sayad, da existência de um
boicote do Ministério da
Cultura contra o Estado.
Excluídos
"Os programas que foram
excluídos da autorização para captação via Lei Rouanet
são aqueles que não têm caráter cultural: os esportivos
"Cartão Verde" e "Grandes
Momentos do Esporte'; programas voltados à saúde, como "Faixa Saúde" e "Bom Dia
Saúde", além do "Repórter
Eco", que tem viés de educação ambiental. Também não
foi aprovada a rubrica "Projetos Especiais", de R$ 4 milhões, que previa recursos a
programas ainda indefinidos", afirma a Secretaria de
Fomento e Incentivo do
MinC, por meio de sua assessoria de imprensa.
A redução do valor aprovado tem relação também com
o fato de a CNIC (Comissão
Nacional de Incentivo à Cultura), que avalia os projetos
inscritos na Lei Rouanet, haver negado o pedido da Fundação Padre Anchieta para
inclusão de seu projeto no
artigo 18 da lei, que autoriza a
faixa máxima de patrocínio
-100% do orçamento do
projeto.
"O parecer que embasou a
decisão da CNIC postula que
a afirmativa do proponente
-de que a grade de programação é formada em sua
maioria por produções e difusão audiovisual de curta e
média-metragens e de preservação de acervo- não é
corroborada pelo conteúdo
do projeto apresentado, que
inclui programas esportivos,
de saúde e telejornais, embora haja menção a programação com natureza cultural. O
parecer aponta predominância, no material analisado, de
programas enquadráveis no
artigo 26 [que estabelece limite de 30% de dedução para
patrocínio, no qual o projeto
foi enquadrado]", segundo o
ministério.
A Fundação Padre Anchieta negou entrevista à Folha.
Disse considerar que "as declarações" de Ferreira "esclarecem definitivamente o
assunto".
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