São Paulo, sexta-feira, 16 de julho de 2004

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RUÍDO

Arnaldo Baptista volta sob as asas de Lobão

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL

Na edição da revista musical "Outracoisa" que foi às bancas na semana passada, o editor Lobão faz suspense sobre a próxima edição: "É surpresa, mas eu já posso dar um toque que será uma parada histórica".
Eis a parada histórica: a próxima "Outracoisa" trará encartado o primeiro disco inédito de Arnaldo Baptista desde 1987 -o contrato seria assinado ontem. Um dos cérebros criativos dos Mutantes, Arnaldo, 56, mantinha-se parcialmente inativo desde 82, após tentativa de suicídio.
O disco de volta tem produção de um dos discípulos mais dedicados de Arnaldo, John, do Pato Fu -sua mulher e parceira de banda, Fernanda Takai, também participa do projeto.
A editora L&C e a equipe de Lobão contam com a repercussão que a volta do ex-mutante pode causar para solidificar a história da "Outracoisa", que segundo eles até agora rendeu mais investimentos que lucros.
Além de coletânea do gaúcho Wander Wildner, a revista já veiculou, sempre com tiragem de 20 mil exemplares, discos inéditos do rapper BNegão e do celebrado grupo pernambucano Mombojó.
A edição atual traz o segundo álbum da banda roqueira gaúcha Cachorro Grande. O título mais bem-sucedido até agora é "Enxugando Gelo", de BNegão -Wildner e Cachorro Grande se apoiaram mais em vendagens locais no Rio Grande do Sul.

O NÃO-LANÇAMENTO

O nome "coletivo" não existia ainda, mas as características eram parecidas. O trio carioca Karma se formou em 72, numa esquina entre rock rural, rock progressivo e MPB que rendeu esse LP lançado pela RCA (hoje BMG). Na formação original estavam Jorge Amiden (que também era uma das almas do grupo O Terço), Junior Mendes (futuro integrante do bando de malucos funkeiros de Tim Maia) e Alen Terra. Passariam pelo grupo ainda nomes como Danilo Caymmi, Paulinho Soledade, Gastão Lamounier, Rick etc. Em 76, em busca de arranjos vocais elaborados e sofisticados, Erasmo Carlos convocaria o Karma para seu "Banda dos Contentes". Entre tantos estilos, era tudo uma turma só.

CHORÃO SE DESCULPA
E Chorão pediu desculpas públicas pela agressão a Marcelo Camelo. "Sei que o motivo não justifica o ato, mas perdi a cabeça. Não quero que pensem que me orgulho disso. Tive uma vida problemática no passado, consegui mudar isso com muito trabalho e força de vontade e não quero estragar tudo agora", afirma, no site www.charliebrownjunior.com.br. "Sei da minha responsabilidade perante meus fãs e principalmente meu filho e minha família. Devo desculpas a todas essas pessoas e também aos Los Hermanos e seus fãs." Rodrigo Amarante, dos Los Hermanos, que tentou defender Camelo revidando a agressão, não se desculpou.

BOICOTE?
No mesmo site, a assessoria do Charlie Brown Jr. acusa um suposto boicote ao grupo. Ricardo Chantilly, empresário do Jota Quest, que estaria entre os boicotadores, nega: "Não apoiamos a atitude de violência do Chorão, mas não há complô". Ele fala do pomo da discórdia, o fato de as bandas envolvidas fazerem comerciais de refrigerantes ou celulares: "Dá confusão porque as pessoas fazem e não assumem. É trabalho, não temos vergonha".

MUNDO DE MINAS
O mineiro Lô Borges, que canta em SP amanhã e domingo, comemora: sua "Girassol da Cor do Seu Cabelo" foi regravada pelo DJ norte-americano Prefuse 73.

psanches@folhasp.com.br


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