São Paulo, domingo, 16 de julho de 2006

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[+] opinião

"Simpsons" não perderam o cinismo

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Sempre pintam dúvidas sobre o caráter infalível dos Simpsons, ainda mais com o avanço da idade, mas não tem erro: a cada temporada, eles voltam mais cínicos e pessimistas em relação à humanidade, mas igualmente amáveis, perturbados e otimistas em relação às pessoas como indivíduos.
Em "O Desafio dos Manatis", primeiro episódio da 17ª (gasp!) temporada do desenho animado, eles continuam a mostrar que a TV e, mais abstratamente, a mídia se tornaram o sexto elemento na sitcom familiar. Especificamente a TV pós-moderna, século 21, com suas centenas de canais a cabo e 24 horas de programação de televendas de qualquer coisa imaginável, bate-papos eróticos, tapetes e jóias.
A história-base é simples e você conhece: Homer apronta, o casamento quase vai pro saco, mas tudo volta ao normal. Pelo caminho, um Papai Noel lê Tom Clancy, há os bastidores de um filme pornô, playboys esfolam bichos, referências à máfia gay e a um enterro, Burns e Smithers brincam com água ao som de "Car Wash" e Moe diz conhecer "um cara que transforma cavalos mortos em carne seca e vende para os bares". Inham!
"Simpsons" nem começou sua verdadeira missão: desnudar a TV. Quando Homer pergunta a Lisa "onde está seu senso de magia e fantasia?", sabemos que está em qualquer outro canal, basta zapear. Acreditar é que são elas. (ALEXANDRE MATIAS)


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