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[+] opinião
"Simpsons" não perderam o cinismo
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Sempre pintam dúvidas
sobre o caráter infalível
dos Simpsons, ainda mais
com o avanço da idade,
mas não tem erro: a cada
temporada, eles voltam
mais cínicos e pessimistas
em relação à humanidade,
mas igualmente amáveis,
perturbados e otimistas
em relação às pessoas como indivíduos.
Em "O Desafio dos Manatis", primeiro episódio
da 17ª (gasp!) temporada
do desenho animado, eles
continuam a mostrar que
a TV e, mais abstratamente, a mídia se tornaram o
sexto elemento na sitcom
familiar. Especificamente
a TV pós-moderna, século
21, com suas centenas de
canais a cabo e 24 horas de
programação de televendas de qualquer coisa imaginável, bate-papos eróticos, tapetes e jóias.
A história-base é simples e você conhece: Homer apronta, o casamento
quase vai pro saco, mas tudo volta ao normal. Pelo
caminho, um Papai Noel lê
Tom Clancy, há os bastidores de um filme pornô,
playboys esfolam bichos,
referências à máfia gay e a
um enterro, Burns e Smithers brincam com água
ao som de "Car Wash" e
Moe diz conhecer "um cara que transforma cavalos
mortos em carne seca e
vende para os bares".
Inham!
"Simpsons" nem começou sua verdadeira missão: desnudar a TV. Quando Homer pergunta a Lisa
"onde está seu senso de
magia e fantasia?", sabemos que está em qualquer
outro canal, basta zapear.
Acreditar é que são elas.
(ALEXANDRE MATIAS)
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