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Desfiles de Herchcovitch e V.ROM definem imagem
ALCINO LEITE NETO
EDITOR DE MODA
VIVIAN WHITEMAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Com o desfile de Maxime Peremulter, ocorrido anteontem,
e as apresentações da V.ROM e
de Alexandre Herchcovitch,
ontem, a imagem masculina do
próximo verão ganhou contornos muito mais nítidos na
SPFW que a feminina. De um
lado, aparece o boêmio-chique,
que aposta numa mistura esperta de elementos esportivos
e toques nostálgicos da elegância tropical, como o terno de linho e o chapéu de palha. Do outro, surge uma imagem miscigenada, que promove o encontro das tribos da rua com uma
rica salada étnica.
Alexandre Herchcovitch
apresentou um emocionante
desfile, direto e com edição de
looks muito precisa. Seus meninos têm pegada reggae e misturam referências africanas,
elementos rastafári e símbolos
judaicos com naturalidade. A
coexistência, desejo que vai
além da moda, é o fundamento.
Na prática, o conceito se transforma em incríveis macacões
que valem por dois: olhados de
longe parecem uma combinação de camisetas com calças ou
bermudas, sempre com cores e
estampas diferentes.
Além disso, o estilista trabalhou também aspectos de uma
alfaiataria despretensiosa e
voltada para o conforto, com
ótimos blazers, calças mais amplas e camisas tipo bata. A
V.ROM exibiu cambraias em
ótimas bermudas cargo, às vezes combinadas com paletós, e
também em camisas soltas ou
em batas. Referências militares
ajudavam a estruturar os looks,
muito confortáveis.
Foi um dia feliz para a São
Paulo Fashion Week. Também
as grifes Maria Bonita e Huis
Clos fizeram coleções fortes. As
duas apresentações, de formas
diferentes, sugeriram uma
imagem feminina mais livre de
clichês de delicadeza, uma beleza sem fricotes. Danielle Jensen, da Maria Bonita, deu sequência à pesquisa de formas,
de efeitos de transparência e de
geometria iniciada no inverno
passado e mostrou o seu desfile
mais bonito e bem-acabado.
Clô Orozco, da Huis Clos,
continua seu romance com o
moulage, mas nesta coleção
submetida a estruturas elegantes. As dobras são cada vez mais
sutis e precisas e as alças ganham lugar de destaque no suporte das formas. A paleta de
cores foi um espetáculo à parte,
bancando tons difíceis e até
masculinos, como o cáqui.
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