São Paulo, segunda-feira, 16 de julho de 2007

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O Teatro Mágico registra seu circo musical em DVD

Trupe mistura música pop com esquetes circenses em três apresentações no Ibirapuera com ingressos esgotados

Grupo diz ter vendido 50 mil cópias de disco mesmo sem ter gravadora; espetáculo na Virada Cultural, em maio, reuniu 40 mil pessoas

VIVIAN WHITEMAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Em 2003, Fernando Anitelli deixou para trás sua formação publicitária para realizar o sonho de ser artista. Entre amigos feitos em saraus, cursos de interpretação e casas noturnas paulistanas, reuniu um grupo de 20 pessoas e criou um híbrido de banda e espetáculo chamado O Teatro Mágico, misturando estrutura de um show de música pop com esquetes circenses e teatrais.
"No primeiro show tinha mais gente no palco do que na platéia", diverte-se o músico.
Mas os tempos mudaram para O Teatro Mágico, que vem se firmando como fenômeno de público. Nos próximos dias 20, 21 e 22, Anitelli e sua trupe, atualmente com 15 pessoas, se apresentam no Auditório Ibirapuera, em São Paulo, com ingressos esgotados desde o dia 4.
Durante os shows, serão captadas imagens para o primeiro DVD do grupo, ainda sem data de lançamento. O novo projeto deve seguir o esquema independente usado para divulgar o CD "O Teatro Mágico: Entrada para Raros", de 2003.
"Nós mesmos gravamos, produzimos, prensamos e vendemos o CD no nosso site e nos shows. A divulgação é feita via internet e no boca a boca."
Com esse esquema alternativo, o CD já vendeu 50 mil cópias, segundo a banda, o que equivale a um disco de ouro na indústria fonográfica.

Estímulo à pirataria

O número fica ainda mais expressivo levando em conta que o grupo não tem gravadora (recusaram quatro propostas), incentiva a pirataria do próprio trabalho e o disponibiliza para download na web (www.oteatromagico.mus.br).
"O CD custa R$ 5, mas quem não puder comprar que pirateie. Não incentivo as pessoas a piratear para revender, mas para ter acesso ao produto."
O repertório do CD, mais algumas composições novas, será a base dos shows no Ibirapuera e também do DVD. Músicas como "Zaluzejo", sobre os "dialetos" populares criados nas ruas brasileiras, e a romântica "Ana e o Mar" não estão nas rádios nem na TV, mas são cantadas em uníssono durante os shows.
"Na Virada Cultural [em SP] deste ano reunimos 40 mil pessoas. Em Recife, foram 10 mil.
São provas de que um artista não precisa seguir a cartilha do mercado para conquistar seu espaço", diz Anitelli, que, além de ser vocalista, também compõe as canções do grupo.
Depois dos shows, a trupe desce do palco para falar com os fãs. "Se não houver esse contato, o projeto perde a essência, vira uma história vazia de celebridade intocável."
No palco, além de guitarra, baixo e bateria, há um DJ, um percussionista, um violinista e números de malabares e trapézio. "Funciona como um sarau amplificado, com certa rotatividade de artistas convidados."
O aspecto visual é outro diferencial do grupo: todos os integrantes se apresentam maquiados, "look" que é copiado pelos fãs mais animados.


O TEATRO MÁGICO
Quando:
dias 20, às 21h; e 21 e 22, às 17h
Onde: Auditório Ibirapuera (av. Pedro Álvares Cabral, s/nš, pq. Ibirapuera, portão 2, São Paulo, tel. 0/ xx/11/5908-4299)
Quanto: ingressos esgotados


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