Grupo teatral de Dionísio Neto estreia o inédito "Carta ao Pai" e apresenta peças que marcaram sua trajetória

Programação terá leitura dramática e exibição de DVDs de antigos trabalhos, como "Opus Profundum"

GABRIELA MELLÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O baile de debutante da Cia. Satélite tem duração de um mês. Fundado pelo ator, diretor e dramaturgo maranhense Dionísio Neto, 38, o grupo paulista que habituou-se à ousadia de jogar com clichês comemora seu rito de passagem para a idade adulta com uma mostra em sua sede O Inflamável.
A programação revê por meio de espetáculos, leituras dramatizadas e exibições de DVDs obras que marcaram os 15 anos de história do grupo, como "Opus Profundum", mistura de peça, manifesto e show, e "Perpétua", que lançou o então ator Neto como dramaturgo.
O evento também apresenta "Carta ao Pai", de Franz Kafka. O espetáculo estreia dia 30 após ficar oito anos em processo de criação.
A programação está no site www.companhiasatelite.blogspot.com/ Em clima nostálgico, Dionísio planeja o futuro de seu grupo com os olhos cravados no passado.
"Nossa maior falha é não levar nossas tão suadas montagens para outros Estados, em turnê", diz, intencionado também em investir na internacionalização do grupo. Sua ideia é exportar a Nova York "Desconhecidos", dele próprio, além das peças de Walcyr Carrasco "Seios" e a inédita "Desamor".
O autor de "Caras e Bocas", entre outras novelas, firma parceria com o grupo. "O público vai conhecer um autor diferente do novelista", avisa Neto. "Ele parte do melodrama e chega a uma dramaturgia que nada deve à melhor dramaturgia inglesa produzida atualmente. É meu Harold Pinter."
Neto também pretende levar sua arte às telonas. "Perpétua" será filmada no final do ano em Brasília por José Eduardo Belmonte, e "Seios" já tem roteiro adaptado e está em fase de captação.