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Brasileiro vai ensinar "criações caóticas"
CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK
Autodidata, Guilherme
Marcondes, 32, paulistano
criado em Salvador, gosta de
misturar as técnicas que lhe
vierem à mente para fazer
um filme.
O animador "experimental", como se define, é um
dos três convidados do Anima Mundi a ministrar uma
aula no festival (no Rio, em
23/7, e em SP, em 30/7).
Dividirá a honraria com
Jordi Grangel, que trabalhou
em "A Noiva Cadáver", de
Tim Burton, e com o técnico
de som Andy Malcolm.
"Sou a coisa esquisita ali
no meio", brinca o brasileiro,
apresentado pelo festival como um dos "artistas internacionais consagrados" a se encontrar com o público.
Na "master class", ele diz
que planeja comparar a criação de animações para meios
distintos usando como
exemplo a própria experiência. Ele também participa do
Papo Animado no Rio (21/7) e
em SP (30/7).
Radicado em Nova York,
Marcondes, formado em arquitetura e desenhista desde
criança, trabalha há uma década com publicidade. Mas
foi um curta o responsável
pelo convite para ir ao Brasil.
INSTINTO SELVAGEM
Protagonizado por um tigre, o filme de menos de cinco minutos "Tyger" venceu o
prêmio de direção no Anima
Mundi de 2006 e fez longa
carreira internacional.
Com jeito de obra absurda,
o trabalho preferido de Marcondes mistura manipulação
de bonecos, cenários reais,
maquetes, animação em 2D e
por computador.
"Foi a melhor coisa que
fiz", diz o animador, na produtora em que trabalha em
Nova York. A história de um
tigre gigante que passeia pela cidade foi escrita na tentativa de vencer um concurso.
O roteiro deveria ser baseado em uma obra literária
inglesa e Marcondes escolheu o poema que dá nome
ao curta, escrito por William
Blake (1757-1827).
Vencido o prêmio, Marcondes viu "Tyger" como
uma oportunidade "de aplicar tudo o que aprendeu em
algo que não fosse para vender produto". Apesar de a
sua ambição ser o cinema
-tem "quatro ou cinco" curtas-, a publicidade é necessária para "fazer caixa".
O animador, que chama o
seu processo de criação de
"caótico", diz estar trabalhando no seu próximo roteiro, "que vai ser bem maluco
também".
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