São Paulo, sábado, 16 de julho de 2011

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Para Krivine, "foi uma revolução que fracassou"

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PARIS

Nesta entrevista, Alain Krivine, fundador da Ligue Communiste Révolutionnaire, partido transformado recentemente em Nouveau Parti Anticapitaliste, fala de seu contato com os pais de Flavia e da atual militância. (LD-P)

Folha - Como conheceu os pais de Flavia Castro?
Alain Krivine - Seus pais trabalhavam na gráfica da Liga Comunista Revolucionária, a Rouge. Sua mãe tinha diversos nomes, eu a conheci como Célia. Descobri sua história vendo o filme. Ela era discreta, nunca contou sua vida.


O filme não esclarece o enigma da morte do pai de Flavia Castro...
Isso não é importante, mesmo sendo a motivação do filme. O mais fantástico é a história dos camaradas que fizeram a guerrilha, que arriscaram suas vidas.
Não vamos discutir o resultado, uns abandonaram a luta. Outros passaram para o outro lado. Era uma militância incrível a que os pais de Flavia viveram, com todos os perigos implícitos. Na França, não corríamos os mesmos riscos que eles.


Houve uma geração que acreditou na revolução, que fracassou no Brasil, na Argentina e no Chile. Ainda se pode crer numa revolução comunista?
O filme mostra uma geração de militantes que deu tudo. Foi uma forma de revolução que fracassou, há críticas a serem feitas. Por outro lado, a ideia de mudar radicalmente a sociedade, de que o capitalismo é um sistema de uma injustiça dramática, isso é atual. Há 15 anos, quando alguém dizia "sou um revolucionário anticapitalista", as pessoas riam, parecia um dinossauro, um marciano. A revolução anticapitalista parecia acabada.
Hoje, até mesmo Sarkozy fala de "melhorar, democratizar, modernizar o capitalismo". Vejam os jovens espanhóis, os portugueses, os gregos.


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