São Paulo, sábado, 16 de agosto de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Madonna não vê ninguém à sua altura, diz irmão

Livro ressalta a "absurda falta de tato" da cantora, mas Christopher Ciccone diz que só quis mostrar "lado humano"

Irmão expõe histórias como fora em Demi Moore, beijo da cantora na amiga Gwyneth Paltrow e homofobia do marido, Guy Ritchie


DA REPORTAGEM LOCAL

"Guy e eu vamos ver um filme agora, mas você e Ashton podem ficar para a sobremesa", disse Madonna a uma atônita Demi Moore após um jantar na sua mansão de Los Angeles, para o qual convidara a atriz e o marido, o ator Ashton Kutcher. A história aparece em "Life with My Sister Madonna", de Christopher Ciccone (em co-autoria com Wendy Leigh), como exemplo da "absoluta falta de tato" da cantora -principalmente depois do casamento com o diretor Guy Ritchie. Ciccone credita à "homofobia" do cunhado o afastamento de sua irmã não só dele próprio, há alguns anos, mas de outros gays -algo que o ator Rupert Everett, também homossexual e amigo de Madonna, já havia relatado em sua autobiografia. "Ele tinha medo da minha influência sobre ela e do fato de eu ser gay. Guy Ritchie aconteceu [para pôr fim] na nossa relação", diz Ciccone à Folha, como se o livro não revelasse outras motivações -incluindo o fato de Madonna ter descoberto que o irmão superfaturava móveis que comprava para ela. Além de ter bancado o decorador da irmã, Ciccone cuidou do cenário da turnê "Blonde Ambition" (1990), cuja união dos temas sexo e catolicismo levou o papa a pedir o boicote do show, e fez a direção de arte da "The Girlie Show" (1993), que a cantora trouxe ao Brasil. A turnê seguinte, "Drowned World" (2001), já começou sob o "reinado" de Guy Ritchie, com quem ela se casou em 2000. Ciccone ficou de fora. Continuou por mais alguns anos freqüentando as mesmas festas que Madonna, num resquício de convivência. Mesmo dessa fase Ciccone acha por bem extrair histórias pessoais como a do beijo que Madonna deu na boca de Gwyneth Paltrow, numa festa da estilista Donatella Versace, e a cena da diva se forçando a tomar cerveja, num pub, para "experimentar o que Guy experimenta". "Ela sempre tentou entrar no mundo de seus parceiros, mas não acho que tenha sido bem-sucedida. Para um casamento dar certo, você tem de agir de igual para igual com a outra pessoa. E, bem, Madonna não acha que ninguém esteja à altura dela", afirma Ciccone. Apesar da postura amarga, ele diz não temer que tal invasão de privacidade o leve a um encontro nos tribunais. "Não há nada "processável" no livro. O que fiz foi mostrá-la como o ser humano que é, e lembrá-la de que suas ações afetam as pessoas. Porque, quando está nessa posição, você esquece".

Amor e ódio
"Madonna 50 Anos - A Biografia do Maior Ídolo do Mundo Pop", de Lucy O'Brien, é o extremo oposto na relação de amor e ódio que a cantora inspira. "Tornei-me uma fã de Madonna em 1985", admite a autora, já na introdução. O'Brien encontra nas palavras da ensaísta Camille Paglia a explicação para os mais de 25 anos de sucesso ininterrupto da diva cinqüentona: "Ela reuniu e cicatrizou as duas metades divididas das mulheres: Maria, a virgem abençoada e mãe sagrada, e Maria Madalena, a prostituta".
(RAQUEL COZER)

LIFE WITH MY SISTER MADONNA

Autores: Christopher Ciccone e Wendy Leigh
Editora: Simon Spotlight Entertainment (importado)
Quanto: U$ 17,16 (cerca de R$ 28, mais taxas, em www.amazon.com)
Lançamento no Brasil: em outubro, pela editora Planeta (título a definir)

MADONNA 50 ANOS - A BIOGRAFIA DO MAIOR ÍDOLO DA MÚSICA POP
Autora: Lucy O'Brien
Tradução: Inês Cardoso
Editora: Nova Fronteira
Quanto: R$ 60, em média (554 págs.)



Texto Anterior: 50, de cima a baixo
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.