DA REPORTAGEM LOCAL

Foi-se o tempo das tesouras e colagens nas editorias de arte de redações e agências de publicidade. A popularização do computador como ferramenta de trabalho e a entrada de jovens profissionais todo dia no mercado têm obrigado ilustradores, quadrinistas e designers do país a repensar suas práticas nessa nova realidade.
Esse é o principal objetivo do "1º Ilustra Brasil!", encontro promovido a partir de hoje na unidade Lapa do Senac, em São Paulo. O evento, que terá mesas de debates e uma exposição com trabalhos originais de profissionais atuantes no mercado editorial e publicitário, está sendo organizado pela também recém-criada Sociedade dos Ilustradores do Brasil (SIB), que já conta com 103 associados.
O primeiro debate, que acontece hoje, às 20h, trata do "uso da ilustração em peças publicitárias, editoriais e produtos de consumo". Participam da mesa-redonda Aline Leme, da editora Abril, Carlos Silvério, da agência DPZ, o ilustrador Guto Lacaz, Leila Bortolazzi, da editora Melhoramentos, Giovanni Vannuchi, da Oz Design, e Massimo Gentile, editor de arte da Folha.
O tema das discussões de amanhã, talvez ainda mais quente, é a participação dos ilustradores em livros infanto-juvenis. De acordo com a política de direitos autorais atual, o ilustrador deve dividir com o autor da obra a porcentagem destinada a esses direitos em cada livro vendido. Mas, defendem os ilustradores, isso é algo que nem sempre acontece, mesmo que seus desenhos, no caso de livros infantis, por vezes ocupem mais de 50% do espaço da obra.
Sobre o assunto debruçam-se Ana Lúcia Oliveira Brandão, doutora em Comunicação e Semiótica da PUC, o diretor Céu D'Ellia, Marco Pace, da editora A Girafa, Victor Nunes, da Rush Propaganda, e o advogado da SIB, Paulo Gomes de Oliveira Filho. (DA)