São Paulo, quinta-feira, 16 de setembro de 2010

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OPINIÃO

Lado underground já aparecia em filmes de Jim Jarmusch

BRUNO YUTAKA SAITO
EDITOR-ASSISTENTE DA ILUSTRADA

Não estranhe se você não ouviu falar em John Lurie nos últimos 24 anos. Afinal, os anos 80 acabaram faz tempo e o ator é daquelas figuras extremamente conectadas com uma época. Nas telas, parecia apenas reproduzir seu estilo de vida.
Se o diretor Jim Jarmusch encantava o público com um cinema de silêncios radicais para os americanos, Lurie era o alter ego, um herói do underground.
Foram necessários três filmes para que uma parceria na linha Hitchcock/James Stewart se estabelecesse.
Em "Permanent Vacation" (1980), Lurie faz apenas uma ponta, mas já deixa clara sua persona. Ele é o saxofonista que o personagem principal encontra em um beco à noite, numa Nova York boêmia.
Na vida real, o ator, já integrante da banda de jazz The Lounge Lizards, era conhecido da efervescente cena artística ao lado de nomes como Basquiat.
Mas foi "Estranhos no Paraíso" (1984) e "Daunbailó" (1986) que celebrizaram Lurie. Trata-se basicamente do mesmo personagem cafajeste, mas de bom coração, que adorava chapéus, ternos e óculos escuros.
Imigrante húngaro no primeiro e cafetão no segundo, Lurie andava num território conhecido, o dos excluídos e perdedores, sem autopiedade. Nem em filmes, no entanto, Jarmusch imaginaria que a vida do ator fosse encontrar tantos lances surreais.


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