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VIDA BANDIDA
A porta
VOLTAIRE DE SOUZA
Nunca é fácil a vida conjugal. Evandro passava os dias
de porre. A mulher dele se
chamava Dila. Grande coração. Capaz de sempre perdoar. Um dia, ela se encheu.
"Aqui, ele não entra mais."
Os dois moravam num barraco perto do Tatuapé. Cinco da manhã. Evandro estava chegando a sua casa. Bateu na porta. Dila não respondeu. Evandro gritou:
"Perdoa, meu amor". Deu
vários golpes na porta. O
impacto foi tremendo. A
porta caiu. Mas não só a
porta. O barraco inteiro foi
ao chão. Dila babou sangue
antes de morrer. O amor
não apenas constrói, como
destrói também.
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