São Paulo, sexta, 16 de outubro de 1998

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VIDA BANDIDA
A porta

VOLTAIRE DE SOUZA

Nunca é fácil a vida conjugal. Evandro passava os dias de porre. A mulher dele se chamava Dila. Grande coração. Capaz de sempre perdoar. Um dia, ela se encheu. "Aqui, ele não entra mais." Os dois moravam num barraco perto do Tatuapé. Cinco da manhã. Evandro estava chegando a sua casa. Bateu na porta. Dila não respondeu. Evandro gritou: "Perdoa, meu amor". Deu vários golpes na porta. O impacto foi tremendo. A porta caiu. Mas não só a porta. O barraco inteiro foi ao chão. Dila babou sangue antes de morrer. O amor não apenas constrói, como destrói também.



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