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ESTRUTURA
Evento é rigoroso nos conceitos e fraco no didatismo
da Reportagem Local
A Bienal de São Paulo é um dos
três maiores eventos de artes plásticas do mundo, comparável à
quinquenal mostra Documenta,
da cidade alemã de Kassel, e à bienal de Veneza. No Hemisfério Sul,
ela é imbatível. Também é uma das
mais caras. E nesta edição consumiu cerca de US$ 12 milhões.
Mas, se no número de atrações e
no orçamento consumido ela está
no Primeiro Mundo, o mesmo não
acontece quando o assunto é didatismo, sinalização ou serviços ao
visitante. Nesses quesitos, a Bienal
não desfila, mas se arrasta (veja
quadro ao lado).
Duas semanas depois de sua
inauguração para convidados, o
evento ainda conta com problemas que colocam em risco todo o
esforço curatorial de Paulo Herkenhoff e sua equipe.
Para o espaço climatizado do terceiro andar, por exemplo, o curador imaginou o que ele chama de
contaminações. São obras de artistas brasileiros contemporâneos estrategicamente colocadas em salas
aparentemente estranhas, mas que
estabeleceriam diálogos ou contrapontos com o artista principal
ou tema da sala. Elas, porém, ainda
não estão identificadas.
A falta de informação sobre as
obras coloca em risco uma afirmação do próprio Paulo Herkenhoff à
Folha, em que disse: "A Bienal precisa ser transparente e comunicável para uma criança, para um
adolescente, que estará assim ultrapassando uma barreira social, já
que em um país com uma estrutura tão rígida, a arte se torna uma
conquista social".
O segundo andar, dividido entre
o núcleo de arte contemporânea
brasileira e a mostra "Roteiros",
que dividiu o mundo em sete regiões e que foi curada por curadores internacionais, é o melhor sinalizado. As obras estão legendadas e
continuam recebendo textos explicativos. Anteontem, foi a vez de os
espaços dedicados a Victor Grippo
e Doris Salcedo receberem seus
textos.
O visitante pode contar com os
textos explicativos dos catálogos
acessando o site da Bienal na Internet, provido pelo Universo Online.
O endereço é http://
www.uol.com.br/bienal/24bienal.
O e-mail da Bienal é bienalinfo@uol.com.br.
O mesmo não acontece com o
primeiro andar, térreo e mezanino, espaços reservados basicamente às representações nacionais. Sem identificações visíveis à
longa distância, o visitante que estiver interessado em um país em
especial deverá percorrer o pavilhão até encontrá-lo.
Outro problema são as identificações dos trabalhos, escritas apenas em português, um nacionalismo injustificável que prejudica os
milhares de espectadores estrangeiros que o evento recebe. Já o
brasileiro, sai prejudicado com o
vídeo de Andrea Fraser, que é apenas em inglês.
O evento carece ainda de sinalização aérea que indique a localização de banheiros e serviços em geral a partir de vários pontos do pavilhão e não apenas na porta do
serviço procurado.
(CF)
Visite a XXIV Bienal de São Paulo
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