|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Festival discute conteúdo e arte para celulares
Mobilefest analisa como os aparelhos podem "fazer um mundo melhor", segundo um dos organizadores do evento
Evento no Sesc Paulista traz especialistas internacionais e tem mostras de vídeos feitos para o celular, mas que passam em tela grande
ADRIANA FERREIRA SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
Que os celulares tornaram-se
um brinquedo que serve para
ouvir música, trocar e-mail, ler
notícias, fotografar, filmar, jogar e, claro, falar, é fato. Se esse
conteúdo presta para alguma
coisa, são outros quinhentos.
Pensando no que pode ser
criado para circular nesses aparelhos, o Sesc Paulista promove
hoje e amanhã o Mobilefest
-°Festival de Arte e Criatividade Móvel. O evento terá uma
série de atividades, entre elas
um seminário internacional
que reunirá pensadores como a
antropóloga Heather A. Horst e
a artista Adriene Jenik, ambas
dos Estados Unidos -a programação completa está no site
www.mobilefest.com.br.
"O Mobilfest não é só um festival de arte", fala Marcelo Godoy, um dos organizadores. "O
seminário irá abordar como a
tecnologia móvel pode ser utilizada na educação, saúde e no
terceiro setor. A idéia é como
fazer um mundo melhor com o
celular. Como ele pode ser útil
para a sociedade."
Isso será discutido por experiências como as de Horst, por
exemplo, que, em seu livro mais
recente, "The Cell Phone: an
Anthropology of Communication", explora o uso do telefone
celular e da indústria de telefonia celular na área rural e urbana da Jamaica.
Números
"Há uma geração que não só
consome, mas produz e distribui conteúdo", afirma Godoy. O
sucesso dessa distribuição é
medido em números: em 2005,
o tráfego de mensagens MMS
(fotos e vídeos) no Brasil foi de
10 milhões. Outra marca impressionante é a de ringtones,
responsáveis por fenômenos
como o hit "Crazy Frog", que
rendeu cerca de R$ 56 mil a
uma multinacional alemã.
Para incentivar os criadores
locais, o Mobilefest faz um concurso que premiará trabalhos
em categorias como fotojornalismo, poesia, música e games.
"O Brasil tem a oportunidade
de pegar a onda e estimular a
produção de conteúdo para celular. Não podemos perder o
bonde, como ocorreu no cinema", acredita Godoy.
Telinha
Para mostrar o que é possível
fazer para ou com um aparelho
de celular, além do blablablá, o
festival terá uma exposição
com obras da artista brasileira
Giselle Beiguelman (leia texto
ao lado) e uma instalação do
grupo canadense Cityspace
Citywide, que utiliza a tecnologia SMS (troca de mensagens).
Haverá também uma mostra
de vídeos feitos com celulares,
premiados nos festivais Mobilefest, do Canadá, e Telemig Art
Mov, de Belo Horizonte.
Apesar de terem sido feitos
para a telinha, os vídeos serão
exibidos na telona de cinema.
"Não teríamos celulares suficientes para passar de mão em
mão", justifica Godoy.
MOBILEFEST
Quando: hoje e sex., das 13h às 22h
Onde: Sesc Paulista (av. Paulista,
119, Paraíso, tel. 3179-3700)
Quanto: de R$ 10 a R$ 20 (para o seminário)
Texto Anterior: Crítica: Nagib vê utopias em longas nacionais da década de 90 Próximo Texto: Frase Índice
|