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POLÍTICA CULTURAL
MinC faz balanço do evento bilateral, que custou R$ 61 milhões ao lado brasileiro; "saiu barato", diz Gil
Brasil na França atrai 15 milhões de pessoas
EDUARDO SIMÕES
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais de 15 milhões de pessoas
participaram dos 436 eventos realizados em 161 cidades durante o
Ano do Brasil na França. Os números oficiais foram anunciados
ontem de manhã na cerimônia
oficial de encerramento do evento. Para o ministro da Cultura,
Gilberto Gil, os números são eloqüentes: "Mais de 15 milhões de
pessoas envolvidas diretamente,
num país com 60 milhões de habitantes, é uma proeza". O ministro
aproveitou a ocasião para dar um
recado aos ministérios da Fazenda e Planejamento: ao seu ver, a
relação custo-benefício do evento
foi positiva para o Brasil.
"Hoje podemos dizer que saiu
barato", concluiu o ministro.
Gil também disse que a França
serviu de vitrine para o Brasil e
um portal para outros países do
Primeiro Mundo: Espanha, Itália
e Canadá já acenaram com a intenção de realizar minitemporadas similares com o Brasil. Sem
falar na participação do país na
Copa da Cultura, na Alemanha,
em 2006, que custará R$ 12 milhões ao Ministério da Cultura.
"Lá eles levam a sério e sabem
que futebol não é só esporte. Aqui
ainda estamos aprendendo a importância estratégica da cultura",
ressaltou Gil.
André Midani, presidente do
comissariado brasileiro, abriu a
cerimônia com a exibição de um
vídeo com imagens do evento,
acompanhadas de mais números:
a temporada envolveu 2.129 artistas, palestrantes e técnicos, 224
exposições, 864 espetáculos, 1.298
exibições de audiovisual e 83
eventos de literatura e colóquios.
Jean Gautier, presidente do comissariado francês do Ano do
Brasil na França, disse que o evento tocou não somente o mundo
cultural do seu país mas toda a sociedade. De acordo com ele, estima-se que o evento teve maior
participação popular do que as
comemorações do bicentenário
da Revolução Francesa, em 1989.
"O entusiasmo foi geral. Houve
um dia em que o jornal "Le Monde" dedicou duas páginas inteiras
à programação", disse Gautier, falando sobre a cobertura da imprensa francesa, que gerou 15 mil
reportagens sobre a temporada
brasileira em seu país.
Gautier também destacou alguns projetos que nasceram do
evento, como uma exposição dedicada a Fernand Léger no Rio de
Janeiro, e outra, com o artista
plástico brasileiro Ernesto Netto,
em Paris, programadas para 2006.
O Ano do Brasil na França custou ao lado brasileiro R$ 61 milhões -R$ 41 milhões da União e
R$ 20 milhões em patrocínio, divididos entre investimento privado direto e recursos de renúncia
fiscal.
Os dividendos financeiros do
Brasil com o evento foram expressos pelo representante do MinC
no comissariado brasileiro, Márcio Meira: segundo ele, a Agência
de Promoção de Exportações e
Investimentos (Apex) estima em
R$ 450 milhões o valor dos produtos brasileiros importados pela
França no período.
O embaixador da França no
Brasil, Jean de Gliniasty, também
quantificou o sucesso do evento:
houve um crescimento de 17%
nas transações comerciais entre
os dois países.
O Ano do Brasil na França, no
entanto, ainda não terminou. Anteontem foi aberta em Paris a exposição "Tarsila do Amaral - Pintora Brasileira em Paris, 1923-1929", com 40 pinturas, desenhos
e documentos da pintora modernista brasileira, que ficarão expostos na Maison de L'Amérique Latine até o dia 20 de fevereiro.
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