São Paulo, sexta-feira, 16 de dezembro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

POLÍTICA CULTURAL

MinC faz balanço do evento bilateral, que custou R$ 61 milhões ao lado brasileiro; "saiu barato", diz Gil

Brasil na França atrai 15 milhões de pessoas

EDUARDO SIMÕES
DA REPORTAGEM LOCAL

Mais de 15 milhões de pessoas participaram dos 436 eventos realizados em 161 cidades durante o Ano do Brasil na França. Os números oficiais foram anunciados ontem de manhã na cerimônia oficial de encerramento do evento. Para o ministro da Cultura, Gilberto Gil, os números são eloqüentes: "Mais de 15 milhões de pessoas envolvidas diretamente, num país com 60 milhões de habitantes, é uma proeza". O ministro aproveitou a ocasião para dar um recado aos ministérios da Fazenda e Planejamento: ao seu ver, a relação custo-benefício do evento foi positiva para o Brasil.
"Hoje podemos dizer que saiu barato", concluiu o ministro.
Gil também disse que a França serviu de vitrine para o Brasil e um portal para outros países do Primeiro Mundo: Espanha, Itália e Canadá já acenaram com a intenção de realizar minitemporadas similares com o Brasil. Sem falar na participação do país na Copa da Cultura, na Alemanha, em 2006, que custará R$ 12 milhões ao Ministério da Cultura.
"Lá eles levam a sério e sabem que futebol não é só esporte. Aqui ainda estamos aprendendo a importância estratégica da cultura", ressaltou Gil.
André Midani, presidente do comissariado brasileiro, abriu a cerimônia com a exibição de um vídeo com imagens do evento, acompanhadas de mais números: a temporada envolveu 2.129 artistas, palestrantes e técnicos, 224 exposições, 864 espetáculos, 1.298 exibições de audiovisual e 83 eventos de literatura e colóquios.
Jean Gautier, presidente do comissariado francês do Ano do Brasil na França, disse que o evento tocou não somente o mundo cultural do seu país mas toda a sociedade. De acordo com ele, estima-se que o evento teve maior participação popular do que as comemorações do bicentenário da Revolução Francesa, em 1989.
"O entusiasmo foi geral. Houve um dia em que o jornal "Le Monde" dedicou duas páginas inteiras à programação", disse Gautier, falando sobre a cobertura da imprensa francesa, que gerou 15 mil reportagens sobre a temporada brasileira em seu país.
Gautier também destacou alguns projetos que nasceram do evento, como uma exposição dedicada a Fernand Léger no Rio de Janeiro, e outra, com o artista plástico brasileiro Ernesto Netto, em Paris, programadas para 2006.
O Ano do Brasil na França custou ao lado brasileiro R$ 61 milhões -R$ 41 milhões da União e R$ 20 milhões em patrocínio, divididos entre investimento privado direto e recursos de renúncia fiscal.
Os dividendos financeiros do Brasil com o evento foram expressos pelo representante do MinC no comissariado brasileiro, Márcio Meira: segundo ele, a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) estima em R$ 450 milhões o valor dos produtos brasileiros importados pela França no período.
O embaixador da França no Brasil, Jean de Gliniasty, também quantificou o sucesso do evento: houve um crescimento de 17% nas transações comerciais entre os dois países.
O Ano do Brasil na França, no entanto, ainda não terminou. Anteontem foi aberta em Paris a exposição "Tarsila do Amaral - Pintora Brasileira em Paris, 1923-1929", com 40 pinturas, desenhos e documentos da pintora modernista brasileira, que ficarão expostos na Maison de L'Amérique Latine até o dia 20 de fevereiro.


Texto Anterior: Popload: Que fim levou Robin...
Próximo Texto: Cinema: "Sou Feia..." mostra funk além do fenômeno
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.