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No set, Estrella prefere manter distanciamento
DA SUCURSAL DO RIO
Nas gravações, João Guilherme Estrella se mantém neutro,
pouco interfere e raramente dá
palpites. Ele só conversa com
os atores quando procurado
para falar de episódios que viveu. "Fico meio assim. Não
quero ficar em cima o tempo
inteiro", afirma.
Ao assistir às filmagens, ele
se emociona, mas só mais tarde
aquilata o quanto. "Eu me comovo. Mas essa percepção de
quanto aquilo mexe comigo
não é imediata. Só depois que
eu saio [do set] é que sinto que
foi além."
Para o ator Selton Mello, 33,
o ex-traficante demonstra uma
capacidade rara de suportar rever, mesmo como ficção, episódios dramáticos dos quais participou. "Se tivesse passado o
que ele passou, eu não conseguiria vir ao set. Ele se diverte,
parece que não é ele. Ri, acha
graça", observou o ator na terça-feira, antes de filmar no cenário montado na ABI (Associação Brasileira de Imprensa),
no centro do Rio.
Um das características relacionadas à história de Estrella
que mais surpreende o ator é o
fato de um traficante internacional de cocaína dispensar armas e capangas.
"Ele era um bom vendedor.
Bom de lábia, mas sem ser cafajeste. Todo mundo com quem
falei que o conhece conta que
João sempre foi um cara muito
para cima", diz.
Embora admita ter simpatia
pela figura que interpreta, Mello diz que procura retratá-lo de
uma maneira que escape a
comparações.
"Há um limite tênue nisso.
Temos no filme nossa base para
voar, nossa liberdade. Falei
com muita gente sobre ele. Joguei tudo no liqüidificador. Fizemos o nosso João. Muita gente que o conheceu pode dizer
que não é o João. E não é mesmo", avalia.
O diretor Mauro Lima elogia
o comportamento de Estrella
no set. "Ele não é invasivo, respeita as opções artísticas ficcionalizadas. Sua presença é de
muita valia, e está na medida
certa."
(ST)
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