São Paulo, domingo, 16 de dezembro de 2007

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"Devo a ele muito da minha formação como homem e diretor", diz Babenco

DO ENVIADO A LOS ANGELES

Jack Nicholson menciona Hector Babenco antes mesmo da entrevista para Brasil e Argentina -onde o tema seria natural, já que o cineasta nasceu lá e se radicou aqui.
Na entrevista coletiva um dia antes, o ator citara a colaboração com Babenco durante a edição de "Ironweed" (1987), o filme em que trabalharam juntos e que valeu a Nicholson uma indicação ao Oscar.
À Folha Babenco descreve a interação com o ator como "um processo orgânico".
"Lembro de uma cena que estávamos filmando num salão e em que pedi para ele ficar mais próximo da luz. Ele me disse que não precisava, que podia ficar na penumbra porque todos saberiam que ele estava ali, não precisavam vê-lo."
"Ele trabalha com uma outra dimensão, o pressentimento de que é ele é mais importante do que vê-lo literalmente."

Lobo solitário
O diretor de "Carandiru" é enfático ao falar da importância de sua relação com o ator.
"Devo a ele muito da minha formação, primeiro como homem, depois como profissional. Ele é um lobo solitário, um homem com um viés existencial muito complexo, um sobrevivente, varou décadas e gerações da cultura norte-americana e, por intuição e inteligência, sempre esteve na vanguarda."
O cineasta é elusivo quando o repórter questiona, como Nicholson havia recomendado, sobre a história com seu irmão.
"Tive um câncer, estava morrendo e fiz um transplante de medula óssea, meu irmão foi o doador. Houve algumas conotações curiosas, mas são coisas muito íntimas, isso é uma mensagem cifrada que ele me mandou. Somos sobreviventes."


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