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Pianista Chick Corea é tema do
próximo volume da Coleção Folha
Trabalho do músico abrange desde o clássico até fusões com ritmos latinos
DA REPORTAGEM LOCAL
Fusões com o pop, ritmos
brasileiros, improvisações radicais, incursões pela música
clássica: um dos mais ecléticos
e ativos músicos norte-americanos das últimas quatro décadas, o pianista Chick Corea, 66,
é o tema do volume 14 da Coleção Folha Clássicos do Jazz, no
próximo domingo.
De sangue hispânico e italiano, Corea é filho de um trompetista de jazz, que tinha uma
banda no estilo tradicional conhecido como dixieland, nos
anos 30. Foi o pai quem o introduziu aos quatro anos ao piano.
O instrumento o acompanharia ao longo de sua carreira,
em duas vertentes: acústica e
eletrificada. Nos anos 70, dedilhando um Fender Rhodes elétrico, Corea empreendeu fusões do jazz com o rock e ritmos
latinos. Sua curiosidade o levou
a procurar cores de brasilidade,
ao atuar com o casal formado
pelo percussionista Airto Moreira e pela cantora Flora Purim, bem como acentos pop, ao
tocar com o violino eletrificado
do francês Jean Luc Ponty.
Nada surpreendente para
quem havia participado de álbuns de Miles Davis considerados fundadores do estilo "fusion", como "In a Silent Way" e
"Bitches Brew". No entanto,
puristas do jazz preferem desconsiderar (ou condenar) esses
aspectos mais "acessíveis" (ou
comerciais) da produção de Corea, e se concentrar nos duos
virtuosos que ele fez com músicos como Herbie Hancock,
Gary Burton e Bela Fleck.
Nos últimos anos, Corea tem
mostrado, ainda, um apetite
crescente pela música clássica,
quer como intérprete de Mozart, quer como autor contemporâneo, escrevendo não só para seu instrumento, mas também para outras formações, como quarteto de cordas, em um
idioma que busca levar algo do
caráter de improvisação do jazz
para as salas de concertos.
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