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Noveleiros levam trama de época à internet
"Nos Tempos da Garoa", ambientada na SP de 1956, é produção "com custo zero", baseada em permutas e com atores voluntários
DA REPORTAGEM LOCAL
Eles gravam nas madrugadas
de segunda a sexta, da 1h às 6h,
sem que ninguém receba nada
por isso. A webnovela "Nos
Tempos da Garoa" envolve cinco produtores e 26 atores, com
trabalhos paralelos (de imobiliárias a consultórios de psicoterapia), que abrem mão das
noites de sono para poderem
mostrar seu trabalho no site
www.spetaculos.com.br.
"Garoa", a quarta novela -e a
primeira de época- do grupo
Spetáculos, estreou no dia 13 do
mês passado. Semanal, ganha o
seu sexto capítulo na próxima
terça-feira, e deve ter 30 episódios (cada um com 30 minutos), estendendo-se até maio.
A história se passa na São
Paulo de 1956, com direito a romance entre padre e prostituta,
doença terminal de empresário
rico, disputa por herança e por
aí vai. Ou seja, nada que já não
tenha sido feito (e melhor) para
a televisão.
O principal diferencial, segundo o autor, Leandro Barbieri, é "a dinâmica: em um capítulo, acontece tudo o que levaria
uma semana na TV".
A "estrutura de folhetim"
que o diretor usa não é à toa.
Apesar de ver o futuro do formato on-line, um dos objetivos
de Barbieri é levar "Garoa" à
TV. Ele diz que está negociando
para isso, mas não pode "revelar" com qual emissora.
Aos 22 anos, Barbieri, aluno
de rádio e TV da Universidade
Metodista -onde conheceu
Silvia Cabezaolias, co-diretora
da "Garoa"-, afirma trabalhar
"há 12 anos com novelas". Mas
começou aos 10? "Sim, com
pesquisa, montando meu acervo. Depois passei a fazer análise
e escrever críticas e roteiros."
Mas Silvia e Barbieri estrearam mesmo nas novelas em
2004, em um canal universitário, e depois migraram para o
site allTV. Hoje, usam suas MiniDVs e uma casa da família dele, na Aclimação, como estúdio.
Lá, conseguiram montar 17 cenários para "Garoa", que tem
30 personagens e ainda não teve a audiência medida.
A experiência virtual, diz
Barbieri, é a "realização do sonho de trabalhar com novelas".
É irônico que a "dramaturgia
na internet", como diz o slogan
do grupo, seja feita justamente
por alguém louco para migrar
para a TV.
(CRISTINA FIBE)
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