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CINEMA
Brasileiro é cotado a indicações a produção estrangeira e atriz; lista sai amanhã
"Central' deve concorrer a dois Globos
AMIR LABAKI
de Nova York
"Central do Brasil" pode ficar
mais próximo de um Oscar a partir
do anúncio, amanhã, dos indicados ao Globo de Ouro, o prêmio
anual para os melhores do cinema
da Associação dos Correspondentes Estrangeiros de Hollywood. O
drama de iniciação dirigido por
Walter Salles tem boas chances de
emplacar duas indicações: melhor
filme estrangeiro e Fernanda Montenegro como melhor atriz.
Os vencedores do Globo de Ouro
serão conhecidos em 24 de janeiro
próximo. O anúncio dos candidatos ao Oscar acontece em 13 de fevereiro. A entrega do prêmio será
no domingo, 21 de março.
Fernanda Montenegro recebeu
três importantes prêmios apenas
na última semana: o do National
Board of Review, o da Associação
de Críticos de Los Angeles (empatada com Ally Sheedy, de "High
Art") e o do 20º Festival de Cinema
de Havana. Comparada pela imprensa americana a Giulietta Masina, Montenegro tem tudo para ficar entre as cinco candidatas também ao Oscar e ao Globo de Ouro.
A atriz brasileira, premiada também em Berlim-98, deve disputar o
Oscar com duas britânicas e duas
americanas. A tradição inglesa poderá ser defendida pelas jovens
Cate Blanchett, impecável em "Elizabeth", e Jane Horrocks, de "Little Voice". Horrocks, e não Montenegro, seria a zebra do ano.
Entre as atrizes americanas as
mais cotadas são Susan Sarandon,
pela mãe doente de "Stepmom",
Meryl Streep, exercitando seu sotaque irlandês no fraco "Dancing
at Lughnasa", e a musa romântica
do ano, Gwyneth Paltrow, por
"Shakespeare in Love".
A edição semanal da "Variety"
aposta apenas nas duas últimas, citando ainda Meg Ryan, que retoma a parceria com Tom Hanks na
comédia romântica "You've Got
Mail".
Apesar dos elogios da crítica
americana, parecem remotas as
chances de "Central do Brasil" emplacar uma indicação para melhor
filme, seja para o Oscar ou para o
Globo de Ouro. O filme de Walter
Salles dificilmente deve ficar de fora, contudo, da disputa na categoria de melhor filme estrangeiro.
Já arrebatou o prêmio da categoria do National Board of Review,
mas não foi o escolhido pelos críticos de Los Angeles, que a ele preferiram o dinamarquês "Festa de Família", de Thomas Vinterberg.
O trio de favoritos ao Oscar da
categoria é completado por "A Vida É Bela", de Roberto Benigni. Diferenças de regulamento (leia ao
lado) retiraram Benigni da luta pelo Globo de Ouro, mas não pelo
Oscar. O quarto concorrente a melhor filme estrangeiro deve ser o
francês "A Vida Onírica dos Anjos", de Erick Zonca. O austríaco
"Os Herdeiros", de Stefan Ruzowitzky, apresenta ligeiro favoritismo para a quinta vaga.
A disputa pelo Oscar de melhor
filme deve ser equilibrada, espelhando um ano pouco brilhante
em Hollywood. "O Resgate do Soldado Ryan", de Steven Spielberg, e
"The Truman Show - O Show da
Vida", de Peter Weir, parecem os
únicos concorrentes indiscutíveis.
O épico histórico britânico "Elizabeth", de Shekhar Kapur, apresenta os valores de produção e a
pegada dramática que tradicionalmente agradam à academia.
Outro drama antibelicista passado na Segunda Guerra, "The Thin
Red Line", quebra o silêncio de 20
anos do mestre independente Terrence Mallick ("Cinzas no Paraíso"). Estréia no Natal e, se bem recebido, tem grandes chances.
A quinta vaga deve ficar com azarões como o policial "A Simple
Plan", o corajoso "Felicidade" ou,
quem sabe, "A Vida É Bela".
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