DA REPORTAGEM LOCAL

Memórias das andanças dos Doutores da Alegria por hospitais do Rio são a matéria-prima de "Inventário -°Aquilo que Seria Esquecido Se a Gente Não Contasse", em cartaz no Sesc Avenida Paulista. A trupe de clowns encadeia cenas cômicas (com poucas exceções) para tratar da transitoriedade da vida e da necessidade de desapego. As situações são mostradas por quatro olhares: o do médico, o do palhaço/ personagem, o do paciente e o do "eu"/ator, explica a codiretora Andrea Jabor.
A dramaturgia, segundo ela, evita o tom autorreferente, laudatório. "Não falamos sobre os Doutores da Alegria. O foco é a experiência de vida de atores que se colocaram nessa situação, de entrar num hospital público vestidos de palhaços." A crítica ao sistema público de saúde também foge ao teatro inócuo, "de boas intenções". "Lembramos a CPMF, dinheiro que a gente sabe que não apareceu na saúde, e mostramos manchetes de jornal sobre esse setor no Brasil", exemplifica a diretora. (LN)