|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Livro conta a história das missões
especial para a Folha
Pouco mais de um século depois de os viajantes aportarem
aqui pensando haver encontrado
o paraíso, era a vez dos (bem mais
realistas) padres jesuítas chegarem para tentar fazer os índios
crer que também havia purgatório e inferno, e um deus que não
era Nhanderuvuçu (o Criador, na
espiritualidade guarani).
A história do trabalho de evangelização e de colonização indígena no sul do Brasil e em parte do
Uruguai, Paraguai e Argentina está no livro "Missões Jesuítico-Guaranis", publicado pela Unisinos (Universidade do Vale do Rio
dos Sinos), do Rio Grande do Sul.
Os missionários, grande parte
deles europeus não-espanhóis
-italianos, belgas, franceses, alemães, portugueses-, começaram a chegar à região em meados
do século 17. As missões teriam
vida curta: na metade do século
seguinte seriam abandonadas ou
destruídas.
Apesar da visão parcial -a universidade é ligada à igreja-, o livro é belo, publicado em edição
de luxo e ilustrado com fotos das
ruínas, antigos documentos (como a reprodução do catecismo
guarani) e mapas. No CD-ROM
que acompanha a obra impressa é
possível fazer um passeio virtual
-caminhando ou aéreo- pela
missão de São Miguel Arcanjo,
fundada em 1687 e destruída em
1754.
Redução
A missão (também chamada
redução), que chegou a ter 4,5 mil
habitantes, foi totalmente reconstituída por computador, em um
trabalho iniciado em 1990 pelo
Núcleo de Computação Gráfica
da Unisinos. "Isso estava escondido na universidade e conseguimos resgatar", conta Eduardo Tavares, idealizador do projeto e autor das fotografias que ilustram a
obra.
Um único porém: a edição é bilíngue português-inglês e não
português-espanhol, opção estranha para uma região considerada
símbolo do Mercosul, que reúne
justamente os quatro países onde
tiveram sede as missões.
(CM)
Livro: Missões Jesuítico-Guaranis
Autor: Vários
Editora: Unisinos
Quanto: R$ 110 (162 págs.)
Texto Anterior: Carta de Marear Próximo Texto: Debate: Tribo ticuna usa cartilhas para se preservar culturalmente Índice
|