São Paulo, quinta-feira, 17 de fevereiro de 2000


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Livro conta a história das missões

especial para a Folha

Pouco mais de um século depois de os viajantes aportarem aqui pensando haver encontrado o paraíso, era a vez dos (bem mais realistas) padres jesuítas chegarem para tentar fazer os índios crer que também havia purgatório e inferno, e um deus que não era Nhanderuvuçu (o Criador, na espiritualidade guarani).
A história do trabalho de evangelização e de colonização indígena no sul do Brasil e em parte do Uruguai, Paraguai e Argentina está no livro "Missões Jesuítico-Guaranis", publicado pela Unisinos (Universidade do Vale do Rio dos Sinos), do Rio Grande do Sul.
Os missionários, grande parte deles europeus não-espanhóis -italianos, belgas, franceses, alemães, portugueses-, começaram a chegar à região em meados do século 17. As missões teriam vida curta: na metade do século seguinte seriam abandonadas ou destruídas.
Apesar da visão parcial -a universidade é ligada à igreja-, o livro é belo, publicado em edição de luxo e ilustrado com fotos das ruínas, antigos documentos (como a reprodução do catecismo guarani) e mapas. No CD-ROM que acompanha a obra impressa é possível fazer um passeio virtual -caminhando ou aéreo- pela missão de São Miguel Arcanjo, fundada em 1687 e destruída em 1754.

Redução
A missão (também chamada redução), que chegou a ter 4,5 mil habitantes, foi totalmente reconstituída por computador, em um trabalho iniciado em 1990 pelo Núcleo de Computação Gráfica da Unisinos. "Isso estava escondido na universidade e conseguimos resgatar", conta Eduardo Tavares, idealizador do projeto e autor das fotografias que ilustram a obra.
Um único porém: a edição é bilíngue português-inglês e não português-espanhol, opção estranha para uma região considerada símbolo do Mercosul, que reúne justamente os quatro países onde tiveram sede as missões. (CM)




Livro: Missões Jesuítico-Guaranis
Autor: Vários Editora: Unisinos Quanto: R$ 110 (162 págs.)


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