São Paulo, terça-feira, 17 de fevereiro de 2004

Texto Anterior | Índice

ILUSTRADA

Gil exonera amigo de infância

HENRI CARRIÈRES
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O ministro da Cultura, Gilberto Gil, exonerou ontem Roberto Costa Pinho, seu amigo de infância e subordinado, que desde o início do governo ocupava a Secretaria de Desenvolvimento de Programas e Projetos Culturais do Ministério da Cultura.
De acordo com o secretário-executivo do Ministério da Cultura, Juca Ferreira, o motivo da exoneração foi o "pouco respeito às normas legais" demonstrado por Pinho em sua atuação como gestor público.
No dia 18 de dezembro, o ministério aprovou uma parceria com o Ibrac (Instituto Brasil Cultural) no valor de R$ 1,5 milhão. O presidente do Ibrac, Sérgio de Souza Fontes Arruda, é amigo de Pinho e proprietário da casa em que ele mora, em Brasília.
A suspensão da parceria, destinada a um programa de estímulo à cultura na periferia das grandes cidades, ocorreu no dia 29 de dezembro. Segundo o ministério, Pinho só foi exonerado ontem porque estava em férias desde o início do ano.
A parceria não foi o único projeto tocado na área de Roberto Costa Pinho que teve de ser cancelado. Além dele, o ministério também cancelou uma licitação para a construção de 16 Bases de Apoio à Cultura, orçadas em pelo menos R$ 1,5 milhão cada uma (total de R$ 24 milhões).
O motivo é que essa licitação não podia ser lançada antes que uma outra, para a escolha dos critérios de seleção dos terrenos, estivesse concluída.
Uma reportagem no jornal "Estado de S. Paulo" ontem informou que o cancelamento da parceria com o Ibrac foi determinado pela assessoria jurídica do Planalto. O ministério nega e afirma que a suspensão foi resultado de uma força-tarefa interna.
A Folha deixou recado nos celulares de Pinho, mas não obteve resposta.


Texto Anterior: Ilustrada: Dublado, Chico Buarque grava videoclipe no Rio
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.