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ILUSTRADA
Gil exonera amigo de infância
HENRI CARRIÈRES
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O ministro da Cultura, Gilberto
Gil, exonerou ontem Roberto
Costa Pinho, seu amigo de infância e subordinado, que desde o
início do governo ocupava a Secretaria de Desenvolvimento de
Programas e Projetos Culturais
do Ministério da Cultura.
De acordo com o secretário-executivo do Ministério da Cultura, Juca Ferreira, o motivo da exoneração foi o "pouco respeito às
normas legais" demonstrado por
Pinho em sua atuação como gestor público.
No dia 18 de dezembro, o ministério aprovou uma parceria com
o Ibrac (Instituto Brasil Cultural)
no valor de R$ 1,5 milhão. O presidente do Ibrac, Sérgio de Souza
Fontes Arruda, é amigo de Pinho
e proprietário da casa em que ele
mora, em Brasília.
A suspensão da parceria, destinada a um programa de estímulo
à cultura na periferia das grandes
cidades, ocorreu no dia 29 de dezembro. Segundo o ministério,
Pinho só foi exonerado ontem
porque estava em férias desde o
início do ano.
A parceria não foi o único projeto tocado na área de Roberto Costa Pinho que teve de ser cancelado. Além dele, o ministério também cancelou uma licitação para
a construção de 16 Bases de Apoio
à Cultura, orçadas em pelo menos
R$ 1,5 milhão cada uma (total de
R$ 24 milhões).
O motivo é que essa licitação
não podia ser lançada antes que
uma outra, para a escolha dos critérios de seleção dos terrenos, estivesse concluída.
Uma reportagem no jornal "Estado de S. Paulo" ontem informou que o cancelamento da parceria com o Ibrac foi determinado
pela assessoria jurídica do Planalto. O ministério nega e afirma que
a suspensão foi resultado de uma
força-tarefa interna.
A Folha deixou recado nos celulares de Pinho, mas não obteve
resposta.
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