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"Bambi 2" volta ao clássico de 1942 para mostrar o relaciona mento do pequeno cervo com seu pai
O príncipe da selva
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar do título, "Bambi 2
- O Grande Príncipe da Floresta", que estréia hoje no Brasil,
não é uma continuação. É, na verdade, um interlúdio da clássica
animação da Disney de 1942.
A história do novo desenho começa logo após o momento de
maior drama da animação anterior, uma das cenas mais emocionantes da história do cinema: o
assassinato da mãe de Bambi por
um caçador e a adoção do pequeno órfão pelo grande cervo da floresta, que ele descobre, naquele
momento, ser seu pai.
No filme original, há um salto
temporal para atenuar o drama
da morte da mãe -Disney preferiu não deprimir a platéia com o
sofrimento de Bambi, passando
direto ao seu crescimento e terminando com o cervo já adulto, "casado" e com um filhote. Nesta nova animação, a história preenche
justamente esse salto, narrando o
que acontece quando a criação de
Bambi é assumida, meio a contragosto, por seu pai, o tal "grande
príncipe da floresta" do título.
Não que os animadores da Disney tenham decidido fazer um
drama desta vez. Pelo contrário:
"Bambi 2" é ainda mais infantil do
que o primeiro, que atingia igualmente adultos e crianças.
A monárquica relação entre pai
e filho é o tema aqui: no papel de
príncipe herdeiro, Bambi precisa
aprender os valores de um bom
governante da floresta, e estes são
transmitidos por seu pai, que, devido às "normas" de seu "cargo",
mantém um distanciamento
emocional em relação ao filhote.
O relacionamento dos dois vai
mudando à medida que Bambi
vai provando seu valor, fazendo
com que o pai desenvolva um afeto genuíno pelo filho. Para isso, o
pequeno cervo conta com a ajuda
de sua fauna de amigos do desenho original, como sua namorada, Faline, o irrequieto coelho
Tambor e o delicado gambá Flor.
Se não atinge a mesma qualidade de seu antecessor -que era
praticamente um balé coreografado com música clássica e pintado
com tintas impressionistas-,
"Bambi 2" também não faz feio:
suas animações são admiráveis e
seu roteiro dosa bem o humor, o
drama, a aventura e o romance.
Por fim, há pelo menos uma
passagem inovadora: com uma
ironia até certo ponto ousada, um
dos personagens debocha do nome de Bambi, sugerindo que ele é
um sinônimo de efeminação
-como, de fato, acabou se tornando após o primeiro desenho.
Bambi 2 - O Grande Príncipe da Floresta
Bambi and the Great Prince of the Forest
Produção: EUA, 2005
Direção: Brian Pimental
Onde: nos cines Jardim Sul, Metrô Santa Cruz, Shopping D e circuito
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