São Paulo, quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

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TELEVISÃO

Crítica

"Piaf" se perde ao condensar vastidão de biografia

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

É verdade que existe Edith Piaf cantando. E que Marion Cotillard faz um trabalho extraordinário, desaparecendo sob a pele da cantora mais francesa de todos os tempos.
É verdade, ainda, que o argumento traz uma vantagem natural, o de Piaf interpretar muitas músicas cuja dramaticidade corresponde aos fatos que acontecem em sua vida.
Ainda assim, "Piaf - Um Hino ao Amor" (Cinemax, 22h; 14 anos) está longe de ser um filme convincente.
Para tomar um exemplo recente em "Invictus", de Clint Eastwood: ali ele busca (e, me parece, encontra) uma essência de seu personagem, Nelson Mandela, ao retratar um momento só de sua vida.
"Piaf", ao contrário, é uma dessas biografias tipo "do feto ao túmulo". Atravessam a vida do personagem e, ainda que captem algo de essencial e vigoroso nela, isso acaba se perdendo na multidão de fatos.
É isso que também danifica, por exemplo, "Lula, o Filho do Brasil", de Fábio Barreto, não o fato de o observador ser contra ou favor do personagem.


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