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TV PAGA
Groucho em Casablanca
da Redação
O melhor de "Uma Noite em
Casablanca" (Bravo Brasil,
12h e 20h) não está no filme.
Está na correspondência trocada entre Jack Warner e Groucho Marx a seu propósito. A
Warner ameaçava processar os
Marx pelo uso da palavra Casablanca.
Groucho responde-lhe dizendo que, embora o filme
"Casablanca" tenha sido feito
pela Warner, a cidade com o
mesmo nome não pertencia ao
célebre estúdio.
No mais, entre outras, ameaçava processar a Warner pelo
uso indevido da palavra Irmãos
(Brothers, Bros.) no nome da
companhia, sendo que eles, os
Marx, já eram irmãos antes de
existir a Warner.
Sabe-se que Jack Warner, um
dos grandes chefes de estúdio
da era clássica, puxou o carro,
não respondeu a carta e desistiu do processo.
Restou, então, a formidável
sucessão de gags com que os Irmãos Marx sabiam preencher
um filme, subvertendo a linguagem, instaurando a anarquia.
É verdade que "Uma Noite
em Casablanca", de 1947, já
não pertence ao período áureo
do grupo. Há um pouco de
cansaço, de repetição. Nada,
enfim, que prejudique o prazer
(exceto para quem vê, de enfiada, um ciclo inteiro dos Marx,
o que não é o caso).
É um filme para ver e, se possível, obrigar os filhos a verem.
É uma maneira de se divertir e,
ao mesmo tempo, aprender a
ver o mundo em liberdade.
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