São Paulo, segunda, 17 de março de 1997.

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TV PAGA
Groucho em Casablanca

da Redação

O melhor de "Uma Noite em Casablanca" (Bravo Brasil, 12h e 20h) não está no filme.
Está na correspondência trocada entre Jack Warner e Groucho Marx a seu propósito. A Warner ameaçava processar os Marx pelo uso da palavra Casablanca.
Groucho responde-lhe dizendo que, embora o filme "Casablanca" tenha sido feito pela Warner, a cidade com o mesmo nome não pertencia ao célebre estúdio.
No mais, entre outras, ameaçava processar a Warner pelo uso indevido da palavra Irmãos (Brothers, Bros.) no nome da companhia, sendo que eles, os Marx, já eram irmãos antes de existir a Warner.
Sabe-se que Jack Warner, um dos grandes chefes de estúdio da era clássica, puxou o carro, não respondeu a carta e desistiu do processo.
Restou, então, a formidável sucessão de gags com que os Irmãos Marx sabiam preencher um filme, subvertendo a linguagem, instaurando a anarquia.
É verdade que "Uma Noite em Casablanca", de 1947, já não pertence ao período áureo do grupo. Há um pouco de cansaço, de repetição. Nada, enfim, que prejudique o prazer (exceto para quem vê, de enfiada, um ciclo inteiro dos Marx, o que não é o caso).
É um filme para ver e, se possível, obrigar os filhos a verem. É uma maneira de se divertir e, ao mesmo tempo, aprender a ver o mundo em liberdade.

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