São Paulo, sexta-feira, 17 de março de 2006

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NAS LOJAS

Eletrônica
KRAFTWORLD: BRAZILIAN TRIBUTE TO KRAFTWERK
   
VÁRIOS
Kraftwerk é a base de tudo, e aqui as músicas do grupo alemão são revistas por produtores brasileiros. Como qualquer disco-tributo, o resultado é irregular -por excesso de reverência, alguns brecam maiores ousadias; outros, pela mesma razão, parecem querer modificar as canções ao máximo, para evitar comparações. Salvam-se, aqui, tentativas equilibradas, como as de Mau Mau ("Numbers"), Murphy ("The Model"), Magal ("Trans Europe Express") e Play Kiddo ("The Robots").
POR QUE OUVIR: porque algumas versões conseguem trazer o Kraftwerk para os anos 2000 conservando os elementos que fizeram dos alemães pioneiros. (THIAGO NEY)
GRAVADORA: Lua Music. QUANTO: R$ 22, em média.

Trilha sonora
JOHNNY AND JUNE
   
VÁRIOS
Nesta cinebiografia mediana do homem de preto do folk, Johnny Cash, não é novidade que o maior atrativo é a atuação de Joaquim Phoenix e Reese Witherspoon. Na trilha, esse esforço fica ainda mais brilhante: Phoenix consegue algo emprestado da atmosfera grave de Johnny Cash até quando canta, e sua colega se sai bem como a coquete June Carter, mesmo em canções mais melancólicas, como "Wildwood Flower". Uma bela coleção do versões de quando o country e o folk tinham acabado de virar rock.
POR QUE OUVIR: O original de Johnny Cash é imbatível, mas a coragem de fazer os atores gravarem coisas como "Folsom Prison Blues" e "Get Rythm" foi recompensada. (MÁRVIO DOS ANJOS)
GRAVADORA: Sony BMG. QUANTO: R$ 35, em média.

Samba
MEU CARNAVAL
   
ANA COSTA
Em sua estréia solo, Ana Costa, do grupo O Roda, mostra três qualidades: ótima voz; aposta em um repertório quase todo inédito, evitando a chuva-no-molhado de muitos discos de samba; e destemor ao não se restringir ao gênero, visitando até o pop de Marina Lima/Antonio Cicero ("Olhos Felizes"). Apesar de alguns baixos, os altos predominam no CD, como em "Raças Brasil" (Luiz Carlos da Vila, Carlos Senna e Lourenço) e "Semente do Samba" (Eduardo Medrado e Kleber Rodrigues).
POR QUE OUVIR: para conhecer o talento de Ana Costa, que trafega bem do samba romântico ao mais temperado. (LFV)
GRAVADORA: Zambo. QUANTO: R$ 28, em média.

Pop
THE LIFE AQUATIC STUDIO SESSIONS FEATURING SEU JORGE
  
SEU JORGE
O que há em comum entre o alienígena Ziggy Stardust (persona de David Bowie nos anos 70) e o ex-morador de rua Seu Jorge? Muito. Neste CD que reúne 13 versões que o brasileiro -acompanhado apenas de violão- gravou de canções do britânico para o filme "A Vida Marinha com Steve Zissou" há, sim, estereótipos, como o do brasileiro sinônimo de exotismo. No entanto, a pungente interpretação de Seu Jorge compensa qualquer trapalhada na escolha das palavras -e são várias.
POR QUE OUVIR: porque versos como "eu não sei pintar", em vez de "Ziggy played guitar", não saem de qualquer cabeça. (BRUNO YUTAKA SAITO)
GRAVADORA: Universal. QUANTO: R$ 32, em média.

Rock
SUPERGUIDIS
  
SUPERGUIDIS
No encarte, o quarteto de Guaíba (RS) Superguidis faz questão de frisar os 30 km que os separam de Porto Alegre. Para compensar eventuais dificuldades geográficas, apostam na linguagem "universal" do rock indie: letras em português sobre o cotidiano adolescente, paixões juvenis e aquela reverência a bandas norte-americanas da década de 90: Weezer, Pavement, Guided by Voices etc.
POR QUE OUVIR: se as referências são um tanto batidas, o Superguidis tenta virar o jogo com uma sensibilidade pop que poucas bandas conseguem atingir. (BYS)
GRAVADORA: Senhor F (distribuição: Tratore). QUANTO: R$ 22,50, em média.

Rock
THE LONG ROAD HOME
    
JOHN FOGERTY
Com sua voz peculiar e suas composições vigorosas, que misturavam o rock n" roll com o blues e o country do sul dos Estados Unidos, John Fogerty conseguiu fazer sua banda, o Creedence Clearwater Revival, se tornar um sucesso mesmo em uma época que tinha Beatles e Stones em forma. Nesta coletânea, "The Long Road Home", na qual reúne hits de Fogerty no CCR e em sua carreira-solo, é possível ver que o sucesso que imortalizou a banda e seu vocalista é merecido.
POR QUE OUVIR: pela sucessão de hits e clássicos de "saloon": "Bad Moon Rising", "Fortunate Son", "Have you ever Seen the Rain?" e "Proud Mary", entre outros.
(MARCO AURÉLIO CANÔNICO)
GRAVADORA: Universal. QUANTO: R$ 35, em média.


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