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Exumação pode revelar que
Aleijadinho teve porfiria
FÁBIA PRATES
da Agência Folha, em Belo Horizon
te
O dermatologista Geraldo Barroso
de Carvalho, que coordenou a
exumação dos restos mortais de
Aleijadinho, disse estar convencido de que o artista barroco foi
portador de porfiria, doença rara
que pode provocar lesões na pele
exposta ao sol.
A confirmação da doença só deve acontecer dentro de 30 dias, depois da realização de exames microscópios pela Universidade Federal de Juiz de Fora, para verificar se os pontos vermelhos detectados nos ossos são pigmentos
sanguíneos.
A porfiria, doença descoberta 40
anos depois da morte de Aleijadinho, é resultado de um defeito enzimático na produção de hemoglobina. Os pigmentos resultados
da má formação se espalham pelo
corpo, deixando a pele sensível
aos raios solares.
A exumação dos restos de Aleijadinho aconteceu ontem na igreja
Nossa Senhora da Conceição de
Antônio Dias, em Ouro Preto, onde os ossos, guardados numa urna
de zinco, estão enterrados num
túmulo especial, desde 1930. Até
então, o corpo do artista, que
morreu em 1814, estava enterrado
numa vala comum.
Uma equipe de estudiosos analisou os ossos por cerca de três horas e recolheu fragmentos para estudos mais específicos.
Biografia
Parte destes foi encaminhada à
Universidade Federal de Juiz de
Fora para confirmar se os pontos
avermelhados são pigmentos sanguíneos e outra parte foi encaminhada à UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) para a tentativa de encontrar o DNA.
Estudioso da historia do artista
barroco, Carvalho diz que a confirmação da doença pode alterar a
biografia de Aleijadinho e esclarecer alguns dos seus hábitos.
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