São Paulo, terça, 17 de março de 1998

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Exumação pode revelar que Aleijadinho teve porfiria

FÁBIA PRATES
da Agência Folha, em Belo Horizon

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O dermatologista Geraldo Barroso de Carvalho, que coordenou a exumação dos restos mortais de Aleijadinho, disse estar convencido de que o artista barroco foi portador de porfiria, doença rara que pode provocar lesões na pele exposta ao sol.
A confirmação da doença só deve acontecer dentro de 30 dias, depois da realização de exames microscópios pela Universidade Federal de Juiz de Fora, para verificar se os pontos vermelhos detectados nos ossos são pigmentos sanguíneos.
A porfiria, doença descoberta 40 anos depois da morte de Aleijadinho, é resultado de um defeito enzimático na produção de hemoglobina. Os pigmentos resultados da má formação se espalham pelo corpo, deixando a pele sensível aos raios solares.
A exumação dos restos de Aleijadinho aconteceu ontem na igreja Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias, em Ouro Preto, onde os ossos, guardados numa urna de zinco, estão enterrados num túmulo especial, desde 1930. Até então, o corpo do artista, que morreu em 1814, estava enterrado numa vala comum.
Uma equipe de estudiosos analisou os ossos por cerca de três horas e recolheu fragmentos para estudos mais específicos.

Biografia
Parte destes foi encaminhada à Universidade Federal de Juiz de Fora para confirmar se os pontos avermelhados são pigmentos sanguíneos e outra parte foi encaminhada à UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) para a tentativa de encontrar o DNA.
Estudioso da historia do artista barroco, Carvalho diz que a confirmação da doença pode alterar a biografia de Aleijadinho e esclarecer alguns dos seus hábitos.



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