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Bertolucci e a fantasia libertária
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Bernardo Bertolucci, que
sempre manteve relações
ambíguas com o sentimento revolucionário, não iria
mudar agora. Em "Os Sonhadores" (Telecine Cult,
23h50), que realizou em
2003, lhe parece muito mais
relevante que três cinéfilos
levem adiante sua revolução pessoal do que os eventos de maio de 68 propriamente ditos.
Estaria ele assim tão errado? O movimento dos estudantes naquele momento
valeu, antes de tudo, como
libertação subjetiva que
uma frase genial ("sou marxista, linha Grouxo") expressou com tanta firmeza.
Ok, "Os Sonhadores" de
Bertolucci até podem se integrar ao movimento, caso
ele passe sob suas janelas.
Mas o essencial é o que, entre quatro paredes, faz viver
as fantasias libertárias que
os filmes nos sugerem.
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