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Todas as cores de Rimbaud
Em ensaio biográfico,
Edmund White analisa
a produção poética do
autor de "Iluminações"
à luz da vida turbulenta e
do romance com Verlaine
FABIO VICTOR
DA REPORTAGEM LOCAL
Como tantos jovens ocidentais do século 20, Edmund
White encantou-se com o rebelde Arthur Rimbaud (1854-1891) logo ao descobrir as dores
do mundo. Adulto, na pesquisa
para "Rimbaud - A Vida Dupla
de Um Rebelde" (Companhia
das Letras), ele ficou mais fascinado pelo escritor imenso que
havia além do mito.
É ao poeta iconoclasta, que
em apenas quatro anos de produção literária forjou um estilo
revolucionário, que White se
atém em seu ensaio biográfico.
Uma vez que seria mesmo
impossível, ele não ignora a
construção do "enfant terrible", obsceno, insolente e aventureiro. "Acho que existe um
Rimbaud para qualquer idade",
disse White em entrevista à Folha. "O rebelde e diabólico
agrada aos adolescentes; o
grande artista fala ao leitor maduro; a figura trágica atrai homens e mulheres mais velhos."
O que alinhava os tantos
mundos de Rimbaud, no relato
de White, é o romance com o
também poeta Paul Verlaine,
permeado por violência (que
culmina com tiro e prisão),
rompimentos e reconciliações,
perversões e absinto, mas sobretudo por poesia.
Aspectos menos notórios da
vida de Rimbaud -como o do
filho mimado que sob dificuldade recorria à mãe ou mesmo
voltava à casa dela no interior
da França- emprestam à obra
um verniz de biografia clássica
que não é, como frisa o autor,
seu propósito inicial.
Para conhecer a fundo a vida
de Rimbaud, White recomenda
as biografias de Jean-Jacques
Lefrère, em francês, e Graham
Robb, em inglês -nenhuma
das duas lançada no Brasil.
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