São Paulo, sábado, 17 de maio de 2008

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PELÉ, GARRINCHA E FREYRE

Trechos do livro sobre dois craques do campo e um da sociologia

"MAJESTADE DO CORPO" - Pelé
"A capacidade de dizimar defesas adversárias mudando o ritmo da investida, apontando como uma flecha em direção ao gol com arrancadas e paradas súbitas, fazendo a bola passar entre as pernas de um adversário e por cima da cabeça do adversário seguinte, com desnorteante simplicidade e furor, fazem parte da reserva mais seleta dos exemplos de enfrentamento superior das curvas do tempo e do espaço, da fulguração do "insight" no instante, da produção da epifania da forma, da afirmação natural da majestade do corpo"

"GOZO SEM FIM" - Garrincha
"Como Macunaíma, e não como Caymmi (que sela um pacto radioso com o tempo e com a música), Garrincha vence o gigante comedor de gente pela astúcia, mas perde para Vei, a Sol -a "mamãe natureza" pródiga que "não dá sobremesa" (usando aqui uma expressão de Rita Lee) para sua busca de gozo sem fim"

"LUTA DANÇANTE" - Gilberto Freyre
Para ele, "o futebol brasileiro extraía as qualidades de luta dançante da capoeira para fins decididamente lúdicos e estéticos, através dos "bailarinos da bola". Ele oferecia um efeito de comprovação prática da interpretação cultural em andamento na sua obra. O alcance mais engenhoso e inovador dessa formulação é que ela extraía a sua potência afirmativa dos próprios estigmas da escravidão, como uma operação simbólica que extraísse do veneno o próprio remédio"


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