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Na estréia, aos 7, Szot se escondeu atrás do piano
LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O que vem à cabeça de um
pai, morador da Grande São
Paulo, ao ver pela televisão
seu filho caçula receber das
mãos da estrela Liza Minnel-li o principal prêmio do teatro norte-americano e ainda
por cima dedicar a conquista
à sua família?
Aos 78 anos, Casimiro, pai
de Paulo Szot, 38, primeiro
brasileiro a vencer na categoria melhor ator em musical
do Prêmio Tony, não conseguiu conter as lágrimas e se
lembrou da estréia do agora
astro internacional.
"Na primeira apresentação de violino, ele tinha sete
anos e, ao entrar no palco, estava tão envergonhado que
se escondeu atrás do piano.
Passou toda a apresentação
tocando escondido."
Paulo Szot, conta o pai, começou a se tornar um artista
com apenas quatro anos,
mas, mesmo antes disso,
"quebrou muita aparelhagem porque adorava música
e queria mexer com tudo para conhecer". "Era comprar
uma vitrola e, no dia seguinte, já estava quebrada. Ele
queria ouvir todos os discos",
lembra Casimiro.
Sobre a conquista do filho,
no último domingo, comenta: "Só podemos ficar orgulhosos. Isso não aparece de
repente. São anos de dedicação. Também ficamos muito
emocionados por ele ter feito
questão de mencionar o Brasil, apesar da nossa origem
polonesa", diz o polonês naturalizado brasileiro, que está no país desde 1947.
O casal Szot ainda não foi
aos Estados Unidos para assistir na Broadway à apresentação "South Pacific", o
premiado musical do filho.
"Mas pretendemos ir em
breve", diz Casimiro.
Romance
O pai conta que Paulo Szot,
fortemente assediado pelas
fãs na Broadway, sempre foi
"muito dedicado à arte" e por
isso teve pouco tempo para
namorar. "Sempre houve
muitas pretendentes, mas
sabíamos que um namoro
poderia atrapalhar a carreira. Quem sabe agora..."
Solteiro, sem filhos, o barítono mora atualmente em
Nova York, mas há anos deixou a Grande São Paulo para
se dedicar à carreira internacional. "A gente sente muito
a falta do Paulo, ainda mais
porque todos da família moram perto uns dos outros.
Mas sabemos que as coisas
estão favoráveis para ele."
Sangue
O gosto de Paulo Szot pela
música está no DNA. O pai, a
mãe (Dirce, que completou
75 anos no dia em que o filho
foi premiado) e seus quatro
irmãos são músicos.
A família, que se divide entre Ribeirão Pires e Suzano
(Grande SP), formou o grupo
folclórico polonês e teve seu
momento de glória há três
anos, ao se apresentar, ao lado de Paulo Szot, no Teatro
Municipal de São Paulo.
"Os críticos falam muito
sobre a capacidade do Paulo
de cantar, dançar, tocar e interpretar. Isso vem do fato de
ele ter convivido com tudo
isso a vida toda, em família",
analisa Casimiro, que conta
já ter feito "de tudo em música". "Comecei com acordeão
de botões, depois toquei clarinete e aí foi indo."
A herança musical chega
agora à terceira geração, ao
menos na convicção do avô
coruja. "Meu netinho de dois
anos já canta o hino brasileiro melhor do que eu."
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