São Paulo, domingo, 17 de julho de 2005

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TELEVISÃO

Canal pago People+Arts prepara versão nacional de "reality show" em que os maridos trocam suas mulheres

"Troca de Esposas" busca casais no Brasil

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

A proposta parece indecente, mas não tem apelo sexual. Antes que você faça a pergunta, é bom saber que o item "cama" é proibido no programa "Troca de Esposas" ("Wife Swap"), o "reality show" inglês exibido no canal People+Arts que ganhará versão brasileira até o final do ano.
A lista do que pode e não pode é extensa, mas inscrições estão abertas até o dia 30 de julho, segundo o canal, e podem ser feitas por meio de um site (www.troca deesposas.tv), em português e espanhol, criado pela produtora argentina Promofilm, que encabeça também uma versão em seu país.
A atração ainda não tem data para estrear, segundo o People+Arts. Depois de recebidas as inscrições, a produtora vai escolher quatro casais brasileiros para protagonizar dois episódios nacionais, que devem ser gravados em outubro e ir ao ar entre novembro e dezembro.
Funciona assim: a mulher passa duas semanas numa espécie de "intercâmbio" com o marido e os filhos do outro casal participante. Lá, deve cumprir as tarefas domésticas, de acordo com a infra-estrutura da residência e o modo de vida de cada um, sem manter contato com sua própria família -o celular deve ficar desligado.
São dois casais por episódio. De acordo com as acomodações de cada casa, a mulher "visitante" terá um espaço próprio para dormir, sozinha. Ela terá de cuidar dos filhos -executando tarefas como trocar fraldas e levar as crianças às escolas- e contribuir para a educação deles, sem maltratá-los, mas agindo com rispidez quando necessário. Também terá de administrar e organizar o orçamento doméstico.
A fórmula vem de experiências com as versões produzidas no Reino Unido e nos EUA. Não é um programa de câmeras ocultas e não há gravações 24 horas. Na maioria dos casos já exibidos, há estranhamento entre os familiares (sim, é necessário freqüentar a casa da sogra e participar de eventuais reuniões familiares que ocorram no período da gravação) e, especialmente, com os filhos.
Segundo a Promofilm, a série "convida a observar por trás dos muros dos lares da América Latina, sendo testemunha de como as famílias dirigem suas vidas" -em tese, um "reality show" mais psicológico que de atividades físicas.
Para tanto, participar do programa não é fácil. É preciso preencher uma ficha com várias perguntas que tentam identificar prováveis distúrbios psicológicos e passar por entrevistas com especialistas e com os produtores da atração, que avaliarão se a pessoa poderia sofrer um surto durante a experiência ou simplesmente ter vontade de abandonar o programa -tipo de pesquisa pertinente a "reality shows".
Também há avaliação médica, é preciso ser maior de 21 anos e viver com o parceiro. "É uma grande oportunidade para os casais redescobrirem por que se gostam e, por outro lado, para poderem observar e refletir sobre a vida própria, as dinâmicas e os costumes familiares. Ninguém será indiferente à experiência vivida", acredita a produtora, que tenta manter as informações sobre o programa ainda em sigilo.
A ficha de inscrição tem perguntas como "quem é que manda na casa?", "como descreveria seu relacionamento?", "quais são os principais motivos de disputas ou brigas na casa?" e "qual é o segredo de uma família feliz?".
A Folha tentou falar com a sede do People+Arts, em Miami, e com a produtora argentina, mas ambos se negaram a dar entrevistas. Por manter a produção em segredo, ninguém informa o número de inscrições já feitas.
"Se vocês são uma família (pai, mãe e filhos) que ama a aventura, preencha o formulário de inscrição para "Troca de Esposas'", convida o canal por meio do site. (MARCELO BARTOLOMEI)

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